UE renova sanções contra a Rússia, que promete “reciprocidade”
Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) prorrogaram nesta segunda-feira (22) por mais seis meses as sanções econômicas contra a Rússia, em represália à atuação de Moscou no conflito na Ucrânia. As medidas expirariam no fim de julho e afetam setores como os bancos, a defesa e o petróleo.
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As represálias, que bloqueiam o financiamento russo nos mercados europeus, se estenderão até o fim de janeiro de 2016. As medidas permanecerão em vigor "até que a Rússia cumpra com suas obrigações acertadas no acordo de Minsk" para um cessar-fogo no leste da Ucrânia, afirmou o ministro britânico Philip Hammond.
O acordo de paz assinado em fevereiro prevê medidas progressivas até o fim de 2015, com o objetivo de acabar com o conflito entre os separatistas pró-Rússia e Kiev. O confronto já dura mais de um ano e causou a morte de 6,4 mil pessoas.
O acerto tem sido globalmente respeitado, mas não impediu a ocorrência de combates esporádicos e uma intensificação da violência no início de junho. A UE adotou as sanções contra a Rússia há 11 meses, alegando que Moscou fornece apoio logístico e militar aos separatistas do leste ucraniano. O governo russo nega ter este tipo de envolvimento.
Reação russa
Nesta segunda-feira, em Luxemburgo, os ministros europeus argumentaram que a medida é uma “resposta ao papel desestabilizador da Rússia no leste da Ucrânia", informou a UE em comunicado. Na semana passada, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a reação da Rússia à decisão da UE teria como base o "princípio da reciprocidade", sugerindo que Moscou pode renovar suas próprias sanções contra o bloco europeu, que incluem um veto à importação de alimentos.
A primeira rodada de sanções europeias foi anunciada em 29 de julho de 2014, após a queda de um avião da companhia Malaysia Airlines, provavelmente derrubado por um míssil separatista na zona de combates do leste da Ucrânia. As 289 pessoas que estavam a bordo do avião morreram na queda.
As medidas proíbem que os europeus vendam equipamentos para a exploração de petróleo ou bens que possam ter uso militar. As represálias europeias prejudicam a economia russa, mas não provocaram mudanças na política do presidente Vladimir Putin.
Com informações da AFP e Reuters
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