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Alemanha/Crise

Alemães desaprovam decisão do BCE em comprar títulos das dívidas para salvar o euro

Vinte e quatro horas depois da decisão do Banco Central Europeu em comprar títulos das dívidas dos países da zona do euro, a chanceler Angela Merkel elogiou a decisão, anunciada pelo presidente do BCE, Mario Draghi. Mas esse elogio já veio tarde, já que a imprensa alemã criticou não somente a decisão, mas também o silêncio da chanceler, depois do anúncio.

Presidente do Banco Central Europeu Mario Draghi, em Frankfurt, na Alemanha, quando anunciou compra das dívidas de países em crise
Presidente do Banco Central Europeu Mario Draghi, em Frankfurt, na Alemanha, quando anunciou compra das dívidas de países em crise REUTERS/Alex Domanski
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"O BCE recompensa as más gestões". Assim afirmou o Süddeutsche Zeitung, que criticou ainda o fato de que a decisão é mais uma prova da tendência das lideranças européias em fornecerem ajuda sem fim aos países em crise. Segundo o cotidiano, o Banco Central Europeu "acaba de assinar um cheque em branco". Para o jornal conservador Die Welt, as bolsas européias "dançam sobre o túmulo do Banco Central Alemão" e diz que, desde a explosão da crise, duas regras preponderantes que regem os países da zona do euro foram transgredidas: a proibição de ajudar o caixa de um país membro e, agora, a decisão do Banco Central Europeu de financiar a dívida de um Estado.

Segundo analistas econômicos alemães, a demora de Angela Merkel em reagir diante do anúncio do presidente do BCE, Mario Draghi, será sancionada nas eleições legislativas de 2013. O cotidiano Kölner Stadt-Anzeiger estima que todas as medidas para a salvação do euro foram impostas ao governo de Angela Merkel. " Precisamos dizer a verdade: Nossa gestão de crise foi por água abaixo", conclui o jornal.

Ao contrário dos outros jornais, o Financial Times Deutschland adotou um discurso mais otimista e diz que a decisão do BCE é inteligente e sensata. "Sem a coragem e a perspicácia de Mario Draghi, os dias do euro estariam contados, assim como os dias da Europa unida", estimou o jornal de centro-esquerda Frankfurter Rundschau.

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