Alemães desaprovam decisão do BCE em comprar títulos das dívidas para salvar o euro
Vinte e quatro horas depois da decisão do Banco Central Europeu em comprar títulos das dívidas dos países da zona do euro, a chanceler Angela Merkel elogiou a decisão, anunciada pelo presidente do BCE, Mario Draghi. Mas esse elogio já veio tarde, já que a imprensa alemã criticou não somente a decisão, mas também o silêncio da chanceler, depois do anúncio.
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"O BCE recompensa as más gestões". Assim afirmou o Süddeutsche Zeitung, que criticou ainda o fato de que a decisão é mais uma prova da tendência das lideranças européias em fornecerem ajuda sem fim aos países em crise. Segundo o cotidiano, o Banco Central Europeu "acaba de assinar um cheque em branco". Para o jornal conservador Die Welt, as bolsas européias "dançam sobre o túmulo do Banco Central Alemão" e diz que, desde a explosão da crise, duas regras preponderantes que regem os países da zona do euro foram transgredidas: a proibição de ajudar o caixa de um país membro e, agora, a decisão do Banco Central Europeu de financiar a dívida de um Estado.
Segundo analistas econômicos alemães, a demora de Angela Merkel em reagir diante do anúncio do presidente do BCE, Mario Draghi, será sancionada nas eleições legislativas de 2013. O cotidiano Kölner Stadt-Anzeiger estima que todas as medidas para a salvação do euro foram impostas ao governo de Angela Merkel. " Precisamos dizer a verdade: Nossa gestão de crise foi por água abaixo", conclui o jornal.
Ao contrário dos outros jornais, o Financial Times Deutschland adotou um discurso mais otimista e diz que a decisão do BCE é inteligente e sensata. "Sem a coragem e a perspicácia de Mario Draghi, os dias do euro estariam contados, assim como os dias da Europa unida", estimou o jornal de centro-esquerda Frankfurter Rundschau.
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