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Portugal/ crise

Portugal espera recessão em 2012, mas retomada já no ano que vem

O governo português apresentou hoje o seu plano orçamentário para os próximos quatro anos e confirmou que aposta no retorno do crescimento já em 2013, depois de enfrentar recessão neste ano. Recebendo ajuda financeira internacional, o país dissipa pouco a pouco os temores de que registraria uma crise tão profunda quanto a que afundou a Grécia.

O ministro das Finanças de Portugal, Vitor Gaspar, anunciou um plano orçamentário para os próximos quatro anos.
O ministro das Finanças de Portugal, Vitor Gaspar, anunciou um plano orçamentário para os próximos quatro anos. REUTERS/Yuri Gripas
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“Nós continuamos prevendo uma recessão em 2012, e 2013 será o ano no início da retomada econômica”, disse hoje o ministro das Finanças de Portugal, Vitor Gaspar, ao final do Conselho de Ministros no qual tratou sobre o orçamento dos próximos anos. A previsão de Gaspar é que a economia portuguesa encolha 3% neste ano mas cresça tímidos 0,3% no ano que vem, que devem aumentar até 2,5% em 2016, quando o déficit público deve enfim voltar ao patamar de 0,5% do PIB, como estabelece a União Europeia.

“O ajustamento da economia acontece como previsto”, afirmou o ministro, que descartou qualquer nova medida de austeridade neste momento. As previsões otimistas, entretanto, vão na contramão da situação geral na Europa, principalmente no principal parceiro econômico dos portugueses, a Espanha, que hoje confirmou o seu retorno à recessão.

O documento intitulado “Estratégia Orçamentária” será entregue à Comissão Europeia e ao Parlamento, onde os socialistas já reclamam do prazo muito curto para analisar o texto e ameaçam rejeitá-lo. Até agora, o Partido Socialista tem dado um apoio moderado ao governo de centro-direita do premiê Pedro Passos Coelho, que aplica um plano de austeridade em troca da ajuda de 78 bilhões de euros do Fundo Monetário Internacional e a União Europeia. “O PS não vai assinar de olhos fechados um documento que será enviado a Bruxelas sem discussão”, declarou o líder do partido, Antonio José Seguro.

Portugal tem arrancado elogios de seus principais credores pela gestão do plano de ajuda e os esforços para melhorar a competitividade do mercado de trabalho: uma prova foi que os juros dos empréstimos para o país têm registrado uma diminuição nas últimas semanas. O governo afirma que não vai precisar de mais dinheiro, mas conta com os parceiros internacionais quando retornar ao mercado financeiro, em princípio a partir de setembro de 2013.

Porém, ao mesmo tempo as medidas de austeridade têm impacto na volta ao crescimento, gerando a recessão e piorando um quadro social em que 15% da população está desempregada. Importantes manifestações de sindicatos e trabalhadores estão previstas para acontecer no país neste 1 de Maio, Dia do Trabalho.
 

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