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FMI/ cúpula

Falta de acordo sobre luta contra a crise marca assembleia do FMI

Os 187 membros do Fundo Monetário Internacional se reuniram neste sábado em Washington para tentar estabelecer um “diagnóstico comum” sobre a atual crise econômica e financeira, principalmente na Europa e nos Estados Unidos. Os participantes confirmaram a vontade de agir coletivamente para recuperar a estabilidade, mas as divergências marcaram as discussões. O ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, saiu otimista do encontro, mas cobrou uma resposta das autoridades para evitar uma nova crise.

Ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, conversa com colega indiano, Pranab Mukherjee, durante reunião do FMI.
Ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, conversa com colega indiano, Pranab Mukherjee, durante reunião do FMI. Reuters
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O Comitê Monetário e Financeiro Internacional do FMI saiu da reunião deste sábado disposto a agir decisivamente para enfrentar a nova fase perigosa da crise. O órgão, que tem o papel de assessorar as orientações políticas do conselho de diretores do Fundo, afirmou que vai agir coletivamente para recuperar a confiança e a estabilidade financeira e renovar o crescimento global.

Mas apesar das declarações otimistas, os Europeus e norte-americanos não conseguiram chegar a um consenso sobre que medidas podem ser adotadas para conter os efeitos da crise. Se os representantes do velho continente garantem que estão no caminho certo, enquanto os Estados Unidos desejam mais ações das potências europeias para garantir a sobrevivência do euro e do sistema bancário do continente.

02:30

Raquel Krähenbühl, correspondente da RFI em Washington

“As tensões sobre a dívida pública e bancária na Europa são os riscos mais sérios aos quais a economia mundial está confrontada”, acusou o seretário do Tesouro americano, Timothy Geithner na assembleia semestral do Comitê Monetário e Finnceiro Internacional. “As perspectivas atuais são incertas quanto às preocupações persistentes sobre o risco da dívida pública, a desaceleração econômica pronunciada nos Estados Unidos, e a volatividade dos mercados financeiros”, contemporizou o comissário europeu para Assuntos Econômicos, Olli Rehn, em nome da União Europeia.

Rehn considera que a agravação da crise se concentra na Grécia, e que os outros países europeus que se beneficiam de ajuda financeira do FMI, Portugal e Irlanda, “enviam sinais positivos” de recuperação. Porém os Estados Unidos consideram que o contágio da crise a outros economias é iminente. “Medidas suplementares para aumentar a capacidade efetiva dos engajamentos continuam necessárias, para criar uma proteção contra um contágio mais grave”, disse Geithner.

Brasil

Enquanto isso, o ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, saiu otimista da reunião, mas alertou a zona euro para que perceba “o seu papel crucial” na economia mundial. Falando em representação de outros oito países da região latino-americana, Mantega pediu aos países emergentes e em desenvolvimento que assumam a responsabilidade do crescimento do planeta à medida que são "responsáveis pela maior parcela do crescimento econômico global". O ministro disse que "qualquer revitalização da demanda global dependerá em grande medida desses países", uma vez que "os países ricos não podem mais gerenciar sozinhos os riscos da estabilidade econômica mundial".

Depois de recordar que a maior parte do crescimento recai agora nos ombros dos países emergentes, Mantega disparou contra a zona do euro. "É responsabilidade dos dirigentes europeus assegurar-se de que suas ações freiem o contágio fora da periferia do euro", exigiu. Segundo ele, os programas de ajuda do FMI “fracassaram” e há poucas chances de sucesso de uma proposta americana de aumento da intervenção do Banco Central Europeu para amenizar as turbulências econômicas.

A diretora-geral do fundo, a francesa Christine Lagarde, insistiu para que os países se esforcem para encontrar pontos de vista comuns. “Nós não resolveremos todos os problemas nesta assembleia, mas devemos nos unir para estabelecer um diagnóstico comum [da crise]”, afirmou Lagarde.

Já o secretário-geral da Organização pela Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Angel Gurria, tende a corroborar a posição americana. Ele pediu “mais medidas” e “mecanismos mais confiáveis” para a Europa conter a crise.
 

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