Hoje começamos nossa viagem cultural pela Dinamarca para descobrir o universo onírico do artista plástico canadense Jeff Wall. Depois o destino é Madri onde acontece a retrospectiva do francês Raoul Dufy, antes de seguirmos para Munique para curtir os projetos arquitetônicos do anglo-africano David Adjaye.
A principal característica das obras do canadense Jeff Wall é a ausência de instantâneos, de imagens captadas em um momento preciso. Em sua obra, tudo é estudado, construído como se fosse um quadro, um cenário teatral, uma peça em vários atos contando uma história que cabe ao visitante inventar ou só observar, misturando poesia, cotidiano e imaginário.
E quando não está inventando um argumento, ele reconstrói obras-primas de grandes mestres, com um novo olhar. E é esse mundo à parte que o Museu de Arte Moderna Lousiania, na Dinamarca, está apresentando até 21 de junho. São 35 trabalhos do período de 1996 a 2013, que inclui pinturas, as famosas caixas iluminadas e fotos coloridas e em preto e branco.
Dufy: mestre fauvista
Quando falamos no grande pintor francês Raoul Dufy, falamos em movimentos que influenciaram a história da arte, como o fauvismo, a geometria das formas inspiradas por Cézanne, a simplicidade do grafismo. E é uma bela pincelada de toda a carreira de Dufy que o Museu Thyssen-Bornemisza de Madri está mostrando.
São 93 obras de coleções particulares e de museus, entre eles, o Museu de Arte Moderna de Paris, a National Gallery of Art de Washington, o Art Institute de Chicago e a Tate de Londres; além do Centro Pompidou de Paris que emprestou 36 quadros.
A maioria da exposição tem pinturas a óleo, mas também podemos curtir desenhos, aquarelas, cerâmicas e até tecidos, realizados ao longo dos 50 anos de caminho artístico de Dufy.
Um aspecto interessante desta mostra é revelar o lado mais introspectivo, reflexivo do pintor, que contrasta com suas obras sobre os prazeres da vida moderna, festas populares, regatas e corridas de cavalo.
Raoul Dufy, no Museu Thyssen-Borgemitzsa, vai até 17 de maio.
Arquitetando com arte
“David Adjaye: Form, Heft, Material”. Este é o nome da mostra no museu alemão Hausderkunst, que abre as portas para receber o arquiteto britânico nascido em Gana, David Adjaye, que assinou criações como o Museu de Arte contemporânea de Denver, nos Estados Unidos, ou a famosa Escola de Administração Skolkovo, em Moscou.
A ideia é mostrar, da reflexão à concretização, cerca de 30 projetos através de desenhos, maquetes, fotos e vídeos. A forma ideal de investigarmos o estilo de Adjaye. Nos prédios públicos, por exemplo, ele brinca com os efeitos de textura e cores dos materiais, criando uma relação entre o edifício e o público. Já nas residências particulares, sua ótica é a intimidade, com poucas ou nenhuma janela de frente para a rua, como demonstra a famosa Elektra House, em Londres.
Depois de museus, lojas de luxo, livrarias e habitações sociais, hoje David Adjaye está construindo o Museu Nacional da História e Cultura Afro-americana em Washington, o seu maior projeto, que deve ser inaugurado em 2016.
Impressionante, intrigante, original, a exposição "David Adjaye: Form, Heft, Material" pode ser vista no Museu Hausderkunst , em Munique, até 31 de maio.
Filme da Semana
O filme da semana é com certeza o incrível Táxi Teerã, do cineasta iraniano Jafar Panahi, que mesmo impedido de sair do seu país prova que a arte é a maior das resistências.
O filme - vencedor do Urso de Ouro do Festival de Cinema de Berlim deste ano - é realizado em forma de documentário; o diretor vira um motorista de táxi, conduzindo passageiros pelas ruas animadas da capital Teerã. Através do encontro com as pessoas que transporta, que acabam se abrindo e falando de suas vidas, Panahi traça um retrato da sociedade iraniana entre risos e muita emoção.
Táxi Teerã deve ser lançado brevemente no Brasil.
Ouçam a cantora britânica FKA Twigs cantando Water Me
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