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Mariana/Pearl Jam

Pearl Jam pede punição dos responsáveis pela tragédia de Mariana

O grupo norte-americano de rock Pearl Jam pediu nesta sexta-feira (20), durante show em Belo Horizonte, que os responsáveis pelo desastre em Mariana, após o rompimento da Barragem de Fundão, sejam punidos. O quinteto também anunciou que doou seu cachê integral às vítimas da tragédia. No entanto, a prefeitura da cidade disse não ter sido contatada até o momento sobre a boa ação.

Eddie Vedder, o vocalista do grupo de rock americano Pearl Jam, em foto de arquivo.
Eddie Vedder, o vocalista do grupo de rock americano Pearl Jam, em foto de arquivo. KENA BETANCUR/AFP
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Em português, o vocalista do Pearl Jam, Eddie Vedder, disse durante o show no Mineirão: "acidentes tiram vidas e destroem rios. E ainda assim 'eles' conseguem lucrar. Esperamos que 'eles' sejam punidos, duramente punidos e cada vez mais punidos. Para que nunca esqueçam o triste desastre causado por 'eles'".

Logo depois, Vedder anunciou que todo o dinheiro que o grupo receberia com o show seria repassado às vítimas da tragédia. O discurso do roqueiro foi muito aplaudido e ovacionado pelo público.

Atentados em Paris

Durante a apresentação, o cantor também falou dos atentados em Paris, que deixaram 130 mortos e mais de 350 feridos no dia 13 de novembro. Vedder declarou que tinha uma única grande preocupação durante o show: a segurança da plateia. "A qualquer momento, se algo acontecer com vocês, avisem as pessoas próximas. Temos um código para saber que devemos parar de tocar", declarou.

Pearl Jam também interpretou a faixa "I want you so hard" da banda Eagles of Death Metal. O grupo se apresentava na sala de shows Bataclan, em Paris, quando os terroristas promoveram um massacre no local e mataram 89 pessoas.

Esse foi o primeiro show do Pearl Jam no Mineirão. Mesmo com a forte chuva que caiu ontem na capital mineira, milhares de pessoas assistiram ao espetáculo.

Catástrofe em Mariana

No dia 5 de novembro, pelo menos 62 milhões de metros cúbicos de uma lama marrom cheia de rejeitos de ferro devastaram um povoado de 630 pessoas, a 14 km de Mariana, após o rompimento das barragens da mineradora Samarco, propriedade em partes iguais da brasileira Vale e da anglo-australiana BHP Billiton. Doze pessoas morreram e outras doze continuam desaparecidas.

O deslizamento contaminou 500 quilômetros do Rio Doce, em Minas e no Espírito Santo, inundando comunidades situadas em suas margens, destruindo plantações e matando peixes, tartarugas e outros animais. Especialistas preveem que serão necessários cerca de 100 anos para superar os danos causados pela lama tóxica.

De acordo com a mininistra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, essa é a pior catástrofe ambiental já vivida pelo Brasil. Só para despoluir o Rio Doce, serão necessários cerca de 30 anos.

A Samarco comprometeu-se a pagar inicialmente R$ 1 bilhão pelos danos ambientais, embora esse montante deva aumentar. A Justiça brasileira já bloqueou, além disso, US$ 78 milhões de dólares da empresa e o governo impôs cinco multas preliminares de US$ 67 milhões de dólares.

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