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Brasil/Economia

Relatório da OCDE recomenda que Brasil realize reforma fiscal e controle gastos públicos

Relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) divulgado nesta quarta-feira (4) constata que o Brasil enfrenta um momento econômico crítico. Segundo o texto, o país realizou um incrível progresso social e econômico nas últimas duas décadas, mas agora deve superar grandes desafios se quiser colocar a sua economia em uma trajetória de crescimento mais forte, mais justa e mais sustentável.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy Valter Campanato/ Agência Brasil
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O secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, apresentou o relatório "Pesquisa da Economia do Brasil" em Brasília durante um encontro com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. O documento aponta que o momento atual é crítico devido à situação fiscal, à alta inflação e a queda dos preços das commodities. Tudo isso está pesando sobre a economia, cuja previsão é de redução de 3,1% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2015 e de 1,2% em 2016.

O relatório recomenda que o Brasil leve adiante a reforma fiscal, que será crucial para fortalecer as contas públicas, restaurar a confiança do mercado e lidar com o acelerado envelhecimento da população. O país também necessitará controlar os gastos públicos, principalmente tornando-os mais eficientes e reformando o sistema de aposentadoria.

Benefícios sociais

Usar melhor os benefícios sociais - gastando mais com os pobres e destinando menos benefícios para aqueles que ascenderam à classe média - poderia simultaneamente reduzir a desigualdade e fortalecer as contas públicas.

"A estabilidade macroeconômica foi um fator crucial para o êxito do Brasil no passado", disse Gurría. Mas ele advertiu: "O progresso deve continuar nas frentes fiscal e monetária. Reformas estruturais ambiciosas são urgentemente necessárias para se aproximar do nível de produtividade de outras grandes economias emergentes, assegurando que todos os brasileiros possam compartilhar os frutos da prosperidade".

Aumentar a produtividade será essencial para o futuro crescimento econômico do Brasil, particularmente no setor industrial, que ainda tem um significante potencial não explorado. Reformas do sistema de impostos, melhor infraestrutura, aumento da competitividade e uma maior integração ao comércio internacional são essenciais tanto para aumentar a produtividade quanto para melhorar os incentivos para a inovação.

Progresso na saúde

Um capítulo do relatório aponta progresso na área da saúde, mas diz que as desigualdades no acesso e no tempo de espera aos serviços médicos continuam. Para reduzir esse problema, segundo o relatório, o país precisará expandir a sua capacidade, treinar mais médicos e enfermeiras e melhorar a eficiência dos gastos no setor. A atual estrutura do sistema de saúde é complexa e poderia ser feito mais para coletar dados, avaliar os progressos e melhorar os mecanismos de coordenação, diz o documento.

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