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Brasil/Le Monde

Le Monde destaca transformações de SP em prol da bicicleta

O jornal vespertino Le Monde destaca na edição deste sábado (17/10) as transformações por que passa a cidade de São Paulo - dando mais espaço para ciclistas e pedestres. A reportagem começa falando da interdição do tráfego de veículos no Minhocão, elevado de 3,5 km que liga o centro da cidade às zonas oeste e leste, aos sábados e domingos. Nesses dias a via é tomada por pessoas caminhando ou fazendo cooper, skatistas e ciclistas.

Fernando Haddad e a prefeita de Paris, Anne Hidalgo.
Fernando Haddad e a prefeita de Paris, Anne Hidalgo. Gabriel Brust/RFI
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Para o jornal, essa medida, colocada em prática em julho, leva um pouco de calma e de poesia ao centro da metrópole. O texto constata que os cidadãos retomam os seus direitos em uma cidade cuja única prioridade durante muito tempo foi o carro.

Para o professor de inglês Ezra Teter, norte-americano radicado em SP e um "ciclista militante", trata-se apenas do começo de uma revolução. Outros habitantes, cansados dos engarrafamentos, também aderiram à bicicleta, ajudados pela multiplicação de ciclovias.

O arquiteto Marcio Kogan considera o Minhocão um símbolo dessa transformação. "Que os moradores se apropriem da via de uma maneira tão natural é algo muito forte", disse ao Le Monde.

Parque suspenso

Atualmente ele está engajado na luta para transformar o elevado em um parque suspenso, como o High Line, de Nova York. Outro arquiteto, Athos Colomatti, também abraçou a causa. Mas eles enfrentam outro movimento, que pede a demolição do Minhocão, comandado por Francisco Machado.

O Le Monde destaca o trabalho do prefeito, Fernando Haddad (PT), com medidas como redução da velocidade máxima dos veículos, mais corredores para ônibus e mais ciclovias. Mais de 350 km de ciclovias foram construídos na sua gestão.

A reportagem destaca que o carro ainda é considerado como um "atributo de poder, a marca de um status social". Apenas as classes populares usam transporte público - que é desconfortável e lento. "São Paulo é uma cidade agressiva, que foi construída de maneira orgânica, totalmente desorganizada", diz o arquiteto Marcio Kogan.

Na sua bicicleta, Ezra não perde o otimismo. A seus olhos, os habitantes da cidade tomam consciência dos danos da poluição e vão deixar os seus carros. "Não importa se eles estão prontos ou não. Isso vai acontecer", setencia.
 

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