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Brasil/Impeachment

Imprensa estrangeira analisa fundo político dos pedidos por impeachment de Dilma

Apesar de o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff apresentado por Helio Bicudo não ter tido continuidade na Câmara dos Deputados, a imprensa mundial tentou explicar, nesta terça-feira (13), o intricado jogo político por trás do processo. Em seu site, o vespertino Le Monde explica que cabe a Eduardo Cunha dar prosseguimento ou não aos pedidos de impeachment e que, até agora, optou por não fazê-lo.

A presidente do Brasil, Dilma Rousseff
A presidente do Brasil, Dilma Rousseff REUTERS/Adriano Machado
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 "Não para proteger Dilma Rousseff, que ele define como sua inimiga, mas para preservar sua própria carreira. Acusado de ter participado da rede de corrupção da Petreobras, Cunha está em situação ainda pior depois que a Justiça suíça forneceu dados sobre contas secretas no nome dele e de sua mulher".

Para analistas citados pelo jornal, o presidente da Câmara pretende usar o processo de impeachment como uma "moeda de troca" para manter o controle do tabuleiro político. Ele adotaria neste caso uma postura do tipo "cuidado, senão eu faço um estrago".

Para o diário espanhol El País, Eduardo Cunha tem duas opções: deixar clara sua ruptura com o governo e adotar uma postura de enfrentamento ou assumir uma tática de menor confronto, para se proteger de seu próprio processo de destituição.

"Neste segundo cenário, aventado nos corredores de Brasília nas últimas semanas, Cunha rechaçaria todos os pedidos de abertura do processo de impeachment (são dez). Desta maneira, ele evitaria o embate direto e a oposição poderia, de acordo com uma interpretação do regulamento interno da Câmara, apelar da decisão do presidente no plenário e, assim, abrir o processo com maioria simples."

Água fria jurídica

Mas, essa alternativa acabou impossibilitada na própria terça-feira por um parecer do STF (Supremo Tribunal Federal), que considerou que o regimento internao não pode abarcar a abertura de um processo que põe em risco a ordem institucional. A decisão, tomada pelos ministros Teori Zavascki e Rosa Weber, foi assunto de uma matéria do diário argentino La Nación.

O diário observa, no entanto, que essa decisão não faria mais do que obrigar o presidente da Câmara a tomar uma rota alternativa para atingir o mesmo destino: o impeachment da presidente.

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