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Decisão do TCU enfraquece Dilma, diz imprensa europeia

A imprensa europeia repercute nesta quinta-feira (8) a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que recomenda ao Congresso a rejeição das contas do governo de Dilma Rousseff em 2014 por causa das pedaladas fiscais. A decisão representa uma grande derrota para a presidente. Oposicionistas poderão usar o parecer do TCU para tentar iniciar um processo de impeachment. No entanto, há controvérsias entre juristas sobre se a rejeição das contas é suficiente para fundamentar um pedido de cassação do mandato presidencial.

Por unanimidade, o Tribunal de Contas da União (TCU) rejeitou as contas do governo de Dilma Rousseff em 2014.
Por unanimidade, o Tribunal de Contas da União (TCU) rejeitou as contas do governo de Dilma Rousseff em 2014. Lula Marques/ Agência PT
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Para o jornal espanhol El País, a presidente Dilma Rousseff tentou adiar o duro golpe, mas não foi possível. Como se esperava, o TCU rejeitou, por unanimidade, as contas do governo de 2014. "É a primeira vez que isso acontece em 80 anos", destaca o diário espanhol, explicando que a gestão da presidente petista foi condenada por manobras fiscais − as pedaladas − para maquiar as contas públicas.

Segundo o francês Le Monde, a decisão do Tribunal de Contas dificulta ainda mais a vida da presidente porque "valida em parte e alimenta os argumentos da oposição" para a abertura de um processo de destituição por crime de responsabilidade fiscal, como prevê a Constituição. Le Monde relata que as pedaladas fiscais acobertaram a realidade do déficit público no Brasil. "As irregularidades são da ordem de R$ 106 milhões de reais", informa o jornal.

Para o português Público, Dilma Rousseff enfrenta o fogo cerrado da Justiça e do Congresso. "A destituição está longe no horizonte político, mas a presidente vem perdendo todos os seus lances no tabuleiro político e está cada vez mais fragilizada", afirma.Segundo o jornal, apesar do presidente do Senado, Renan Calheiros, garantir que a análise das contas só deve chegar no ano que vem ao Congresso, a palavra que mais se ouve em Brasília é "destituição".

O diário português conta que no dia anterior o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia reaberto a investigação sobre suposto financiamento ilícito da campanha eleitoral de 2014, baseado nas denúncias de corrupção relacionadas com o escândalo da Petrobras.

"O desfecho dos dois procedimentos são incertos e vários analistas consideram que é possível que acabem por não dar em nada. Mas as duas espadas de Demócles que pesam agora por cima da cabeça de Dilma vão certamente envenenar ainda mais o clima político brasileiro, num momento em que o país enfrenta uma recessão econômica e em que a oposição no Congresso praticamente paralisou a iniciativa legislativa do governo", escreve o jornal português.

Para o inglês The Guardian, Dilma perdeu uma batalha que pode lhe abrir as portas do impeachment. O jornal informa que os opositores do governo no Congresso comemoraram a decisão do TCU, apesar de não haver garantias de que o processo de cassação vá mesmo tramitar na Casa e se terão apoio suficiente para afastar a presidente do cargo.

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