Crise no Brasil provoca "frio na espinha" de investidores, diz Les Echos
Em sua edição impressa desta quinta-feira (24), o diário francês Les Echos destaca o temor dos investidores no Brasil com uma crise econômica de longa duração. O jornal diz que o país passa por uma "crise de realidade".
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A reportagem começa com a "confissão" do governo brasileiro de um cenário difícil. O país está mergulhado na recessão e as previsões de uma queda de 2,44% do PIB este ano, bem acima do 1,5% previsto, e da inflação acima de 9%, provocam um verdadeiro "frio na espinha" dos investidores, escreve o diário francês.
Alguns economistas prevêem que, se o panoroma não mudar, "o período de crescimento nulo ou fraco vai ser longo". Além dos problemas estruturais, como a desaceleração da China e a queda dos preços das commodities, o escândalo da Petrobras levou o país a uma grave crise política, comprometendo a confiança dos grandes executivos de empresas e também dos consumidores.
"A incerteza é geral", resume o diário. Les Echos usa uma declaração de Nicola Tingas, economista-chefe da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento) para ilustrar a pouca visibilidade para uma saída da crise. "Se eu fosse proprietário de uma loja, não saberia dizer se ela estará aberta até o final do ano", afirmou Tingas diante de uma butique de roupas femininas.
Dólar dispara: sinal de crise
Sintoma da crise, segundo Les Echos: a queda recorde de 52% do real frente à moeda americana. Na terça-feira, lembra o artigo, um dólar foi cotado acima de R$ 4. A desvalorização complica a situação de empresas com dívidas em divisa estrangeira, como a Petrobras e a CSN, escreve o diário.
De acordo com Les Echos, Dilma Roussef finalmente adotou a política de austeridade, renovando sua confiança no ministro da Fazenda Joaquim Levy, um economista "ortodoxo". O segundo plano econômico do governo, informa o jornal, foi enviado ao Congresso com uma mistura de forte aumento de impostos e "algumas" reduções de despesas para equilibrar o orçamento.
"Os economistas duvidam que ele vai passar", sentencia Les Echos.
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