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Wikileaks

EUA grampearam ministros, avião presidencial e 29 números do governo Dilma

O site Wikileaks revelou, neste sábado (4), que a Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA) grampeou 29 telefones do governo brasileiro no início da gestão de Dilma Rousseff, em 2011, incluindo José Maurício Bustani, que hoje é embaixador do Brasil na França. Desde 2013 sabe-se que o país havia sido alvo de espionagem. A novidade dos documentos de hoje é o detalhamento dos números e pessoas envolvidas. As informações são do canal GloboNews e do site The Intercept, que obtiveram os dados com exclusividade.

Lista dos telefones grampeados pela NSA.
Lista dos telefones grampeados pela NSA. Reprodução GloboNews
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Além da presidente, os telefones de diversos ministros estão na lista dos grampos, entre eles o ex-chefe da Casa Civil Antonio Palocci, o ex-ministro das Relações Exteriores e atual embaixador do Brasil em Washington Luiz Alberto Figueiredo Machado e o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, que, à época, era secretário-executivo do Ministério da Fazenda.

A lista também inclui diplomatas, como Everton Vargas, ex-embaixador do Brasil na Alemanha, e José Maurício Bustani, embaixador do Brasil na França, que foi removido da Diretoria da Organização Internacional para Proibição de Armas Químicas por pressão do governo norte-americano. Na época, Bustani tentava negociar com o Iraque como alternativa à invasão americana, em 2002.

O detalhamento da espionagem ocorre na mesma semana em que Dilma fez sua primeira visita oficial à Casa Branca desde que o escândalo veio à tona, em 2013. Na época, a presidente chegou a cancelar uma viagem aos EUA justamente por causa do incidente.

Avião presidencial

Em entrevista exclusiva à RFI no mês passado, Dilma garantiu que o episódio estava superado: "Nas minhas conversas com o presidente Barack Obama, ficou decidido que estas interceptações, a partir daquele momento, jamais ocorreriam novamente. Eu confio que o presidente Obama não permitirá isso em relação ao Brasil.” As novas informações, de fato, se referem a episódios anteriores à promessa de Obama.

Outro alvo dos grampos foi o telefone do avião presidencial, que funciona por satélite e é utilizado pela presidência durante deslocamentos. A lista também mostra que quatro números do escritório da presidente no Palácio do Planalto eram monitorados, além dos telefones do assessor pessoal da petista, Anderson Dornelles, e da secretária Nilce.

Os documentos vazados agora mostram que o programa de espionagem a Dilma tinha um código: S2C42. A lista revela outra operação, com código S2C51, a mesma que grampeou três presidentes franceses e tinha como objetivo espionar a evolução financeira mundial.

Na semana passada, o WikiLeaks deu início a uma nova série de vazamentos sobre espionagem da NSA sobre governos. Além dos presidentes franceses e, agora, do detalhamento do grampo sobre Dilma, ontem foram reveladas as provas da espionagem sobre a chanceler alemã Angela Merkel.
 

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