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Brasil/Copa do Mundo

Organização da Copa do Mundo é um "milagre brasileiro", diz Le Monde

Para o jornal francês, a hospitalidade e o bom humor brasileiro compensaram falhas de organização, como a falta de acabamento em alguns estádios ou a estrutura para receber os turistas. "A catástrofe anunciada não se concretizou", diz o Le Monde.

O jogador francês Matthieu Debuchy dá autógrafo em Ribeirão Preto, onde a seleção francesa está concentrada
O jogador francês Matthieu Debuchy dá autógrafo em Ribeirão Preto, onde a seleção francesa está concentrada
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Há três meses, lembra o Le Monde, as previsões sobre o Mundial eram catastróficas: os estádios não ficariam prontos a tempo e estariam vazios, o transporte caótico impediria os turistas de se deslocar e os movimentos sociais ameaçariam a festa. Durante muito tempo, os avisos e comentários dos dirigentes da FIFA sobre a desorganização brasileira atingiram em cheio o "orgulho nacional."

Todas essas preocupações se foram com a cerimônia de abertura, escreve o jornal francês, e a catástrofe anunciada não se concretizou, depois de uma semana de competição. "É verdade que falta um acabamento aqui e ali, mas um sorriso e um ‘bem vindo’ faz esquecer uma tomada caída ou um telefone que não funciona", descreve Nicolas Bourcier, correspondente do jornal no Brasil.

"Também é verdade que em Manaus ou no Rio, os motoristas de táxi que deveriam ter feito cursos de inglês mataram aula. Ou ainda a Marselhesa não tocou em Porto Alegre por conta de problemas técnicos. Mas isso não importa: o Brasil organiza um Mundial a sua maneira, desordenada e simpática, despreocupada e hospitaleira", diz o texto.

O jornal também cita a tensão social, que contagiou as redes, e a campanha anti-Copa que tomou conta da Internet. E lembra que os torcedores estrangeiros, apesar do clima de protestos, vieram em peso. A Fifa e o comitê de organização anunciam, aliás, um retorno financeiro mais do que satisfatório. Uma maneira, alfineta o Le Monde, de ajudar a população a esquecer os custos astronômicos dos estádios, ou ainda as obras inacabadas de infraestrutura, como o metrô de Belo Horizonte.

A festa acaba quando brasileiros deixam o estádio, diz Le Monde

O jornal também ressalta que a festa dos brasileiros acaba quando eles deixam o estádio e a classe média deve encarar as filas nos aeroportos, os engarrafamentos e outros problemas do cotidiano. E destaca inclusive que, em alguns estádios, as arquibancadas estavam preenchidas pela metade porque muitos torcedores não conseguiram chegar a tempo.

Outro problema sério, cita o Le Monde, é a falta de seguranças nas entradas dos estádios – a estimativa é de que 25% deles não compareceram no dia do jogo. Por isso, muitos espectadores sem ingresso conseguiram entrar facilmente. Antes do início da Copa, lembra o jornal, um dos responsáveis do comitê organizador disse: 'na pior da hipóteses, improvisaremos.' "Não sem sucesso. O verdadeiro milagre brasileiro", conclui o jornal.
 

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