Jules Rimet, criador da Copa, presidiu Fifa numa época sem escândalos
Em plena Copa no Brasil, as 32 seleções em campo têm um único objetivo: ganhar a taça. No entanto, poucos sabem quem foi o inventor da taça e da própria Copa. O francês Jules Rimet é hoje considerado como um pioneiro esquecido, mesmo se criou o maior evento mundial do futebol. Desde então, os tempos e a Fifa mudaram bastante.
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O francês Jules Rimet foi o criador da Copa do Mundo, diretor do clube de futebol Red Star FC de Saint-Ouen (periferia de Paris) e presidente da Fifa durante 33 anos. Engajado, Rimet sempre acreditou que o esporte existe para ultrapassar as barreiras sociais e culturais, dando a todos uma chance de sucesso e realização pessoal.
Foi a partir desta filosofia que o dirigente esportivo decidiu criar um evento global em que todas as nações pudessem se encontrar. Em 1930, nascia a I Copa do Mundo de Futebol e com ela o primeiro troféu, chamado de Taça Jules Rimet, com cerca de 30 cm de altura e 4 kg, dos quais 1,8 kg de ouro puro.
Primeiro jogo
O primeiro jogo aconteceu no Uruguai, entre os times da França e do México. O atacante francês Lucien Laurent foi o autor do primeiro gol da história do evento. Mesmo se venceu por 4 a 1, a França não ganhou mais e foi eliminada na primeira fase.
Neste ano de 2014, o neto de Rimet, Yves, decidiu lançar o "Diário de Jules Rimet", escrito por Renauld Leblond, que narra os 60 anos da vida esportiva do dirigente.
"Acho que se ele visse o futebol moderno ficaria realmente decepcionado", diz seu neto, completando que Jules Rimet, no fundo, sabia que esta seria a evolução lógica do esporte. "Gerando quantias astronômicas, é difícil evitar os deslizes", diz Yves Rimet, lembrando que a origem modesta da maioria dos jogadores prova que o ideal de abertura do esporte profissional desejada por seu avô é mais atual do que nunca.
Histórias da Taça
A Taça Jules Rimet teve uma vida bastante movimentada desde a sua criação até ser derretida por ladrões no Rio de Janeiro.
Um fato interessante aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial. A Taça Jules Rimet estava em um banco em Roma pois a Itália era a campeã na época. Ottorino Barassi, então presidente da Federação Italiana, tirou em segredo o troféu do banco e o escondeu em uma caixa de sapatos embaixo da cama. A Taça reviu a luz do dia em 1946 e voltou aos gramados em 1950, na quarta edição do evento.
Um outro caso, menos curioso e mais dramático, aconteceu nos anos 80. O Brasil, tricampeão mundial em 1970, ganhou o direto de ficar com o troféu, que foi guardado na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no Rio de Janeiro. Em 1983, a Taça Jules Rimet original foi roubada por ladrões e nunca mais foi encontrada. A hipótese mais provável é que tenha sido derretida e o ouro, vendido. Assim terminou a história do primeiro troféu mais desejado do mundo.
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