Megaoperação da polícia e do exército ocupa Complexo da Maré no Rio
A polícia do Rio de Janeiro e o exército tomaram neste domingo (30) de manhã, em apenas 15 minutos e sem encontar resistência, o controle das favelas do Complexo da Maré. A megaoperação, que marca o início do processo de pacificação do local, acontece a dois meses e meio do início da Copa do Mundo.
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A ocupação de um dos principais redutos do tráfico de droga no Rio de Janeiro, onde vivem mais de 130 mil pessoas, contou com a mobilização de 1.180 policias militares e várias unidades do exército, apoiadas por 15 blindados (14 da Marinha e um da polícia miltiar), 132 policiais civis e quatro helicópteros, segundo o secretário de Segurança do Rio.
Considerado como um dos locais mais perigosos da cidade, o Complexo da Maré é localizado em um ponto estratégico, por onde devem circular milhares de turistas durante o Mundial de futebol. O conjunto de favelas é margeado pelas Linhas Vermelha e Amarela e também pela Avenida Brasil, que liga a periferia da cidade ao centro do Rio.
O Batalhão de Operações Especiais da Polícia (BOPE) esteve à frente da operação, que foi seguida por fuzileiros navais posicionados em pontos estratégicos nas ruas do Complexo. Anunciada há mais de uma semana pelas autoridades, a ação foi acompanhada por uma grande número de jornalistas.
A imprensa destaca que a megaoperação acontece um dia antes do governador Sergio Cabral anunciar sua renúncia do governo para se dedicar à campanha eleitoral para o Senado.
Drogas e armas
Segundo informações da imprensa local, no início da operação os policiais apreenderam "grandes quantidades de droga e armas" nas proximidades da Vila Olímpica e de uma escola pública.
Durante operações prévias realizadas durante a semana, a Polícia Militar prendeu 60 pessoas, entre elas Marcelo Santos das Dores, um dos líderes do tráfico, conhecido como "Menor P". Ele controlava pelo menos 11 favelas e era famoso, segundo a mídia, por decepar suas vítimas.
A megaoperação deste domingo no Complexo da Maré é comparada à realizada em 2010 no Complexo do Alemão, que mobilizou 2.600 membros das forças de segurança.
Os militares devem ocupar a favela até o dia 31 de julho. O prazo pode ser prorrogado, se houver necessidade. No período, a polícia deve instalar a 39ª UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) com 1.500 policias.
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