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Brasil

Le Monde critica má gestão da Cidade das Artes no Rio

A inauguração da Cidade das Artes no Rio de Janeiro é, segundo o jornalista Paulo Paranaguá do jornal Le Monde, um exemplo de mau uso do dinheiro público. Em seu blog na versão eletrônica do jornal, o jornalista denuncia o superfaturamento na obra.

A Cidade das Artes (antiga Cidade da Música), inaugurada em Janeiro de 2013 no Rio de Janeiro.
A Cidade das Artes (antiga Cidade da Música), inaugurada em Janeiro de 2013 no Rio de Janeiro. Wikipédia
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O novo centro cultural inaugurado na Barra, zona oeste do Rio de Janeiro, é alvo de polêmica. Orçado inicialmente em R$ 80 milhões, o projeto da Cidade das Artes acabou custando R$ 560 milhões aos cofres públicos. Na avaliação do jornal, os maiores perdedores são os contribuintes e os maiores ganhadores, as empresas de construção civil que estão no centro de vários casos “de corrupção no Brasil”.

“Enquanto a Copa do Mundo (2014) e s Jogos Olímpicos exigem grandes obras, eis um exemplo preocupante da incompetência da gestão pública e dos gigantes da construção civil”, diz o texto que lembra que o projeto era uma ideia do ex-prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia que chegou a batizá-lo de Cidade da Música.

A princípio, a Cidade das Artes, cujo projeto é do arquiteto Christian de Portzamparc, deveria ter sido um local para abrigar a Orquestra Sinfônica Brasileira, um teatro para musicais e espaços dedicados à música popular na Barra da Tijuca. A Barra, aliás, argumenta o jornalista, é um bairro é formado essencialmente por uma classe média “emergente” e carente de atrações culturais para além dos cinemas nos shopping centers.

O maior problema, porém, é a sustentabilidade a longo prazo do local. Para o jornalista, a Cidade das Artes corre o risco de se tornar mais um “elefante branco” na paisagem carioca a exemplo do Museu de Arte Moderna de Niterói, um belo monumento, com uma paisagem “deslumbrante” e programação “medíocre”. O tewxto também lamenta a megalomania dos políticos que, na tentativa de deixarem um legado para a cidade, promovem um verdadeiro “torneio de feiúra arquitetônica” com vários prédios de gosto duvidoso.

Inaugurada parcialmente pela primeira vez em 2008, o canteiro de obras foi retomado e submetido a inúmeras auditorias durante quatro anos. Para a nova inauguração na semana passada, apenas uma sala estava pronta. As obras do resto do imenso prédio continuam inacabadas e o futuro do novo centro cultural carioca ainda é incerto.

 

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