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RFI Convida

Projeto levará mil jovens africanos para aprenderem agricultura no Brasil

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O presidente do Brasil acaba de realizar uma segunda visita à África em seis meses, uma viagem que se encerrou com uma lista de iniciativas do governo brasileiro para se reaproximar do continente africano. Em meio à participação brasileira na 37ª Cúpula da União Africana, na Etiópia, o Instituto Brasil África (Ibraf) lançou uma iniciativa que vai no sentido desse objetivo: mil jovens africanos passarão uma temporada de capacitação profissional no Brasil.

João Bosco Monte, presidente do Instituto Brasil África, participou da cúpula da União Africana em Adis Abeba, Etiópia. (18/02/2024)
João Bosco Monte, presidente do Instituto Brasil África, participou da cúpula da União Africana em Adis Abeba, Etiópia. (18/02/2024) © Lúcia Müzell/ RFI
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Lúcia Müzell, enviada especial da RFI Brasil a Adis Abeba (Etiópia)

O Programa de Capacitação Juvenil Africana, ou Youth Technical Training Program (YTTP), já existe há sete anos. Desta vez, levará um número inédito de jovens e adultos de 18 a 39 anos para se profissionalizarem no manejo agrícola.

“É um grande desafio, mas ao mesmo tempo nos dá uma alegria imensa, porque nós trazemos jovens de países que o Brasil não tem muita conexão, que o Brasil não conhece muito”, disse João Bosco Monte, presidente do instituto, em entrevista à RFI Brasil.

Os participantes poderão ser selecionados nos 54 países africanos, independentemente da localização e tamanho geográficos ou do idioma falado, já que haverá tradução simultânea dos ensinamentos. O programa, que tem parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), também busca paridade de gêneros.

“Nós temos geralmente mais homens do que mulheres nas atividades. A nossa ideia é ter uma equidade: rapazes e moças na mesma proporção”, ressalta o presidente do Ibraf. “Os jovens vêm para o Brasil, absorvem o conhecimento que o Brasil tem em várias áreas, com especificidade na agricultura, e quando eles voltam para os seus países, têm condição de aplicar esse conhecimento de forma direta, objetiva. E aí tem um modus operandi brasileiro que fica impregnado no país: é o que a gente chama de soft power, a marca brasileira”, salienta.

Retomada de financiamentos de projetos brasileiros na África

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve no Egito e na Etiópia, em visitas de cunho mais político do que comercial. O líder não estava acompanhado de empresários e os anúncios de aumento de parcerias ficaram, por enquanto, mais no campo das intenções.

“Lula volta e diz que o Brasil voltou a dar atenção à África. O que a gente precisa agora, de forma muito madura e responsável, é entender quais são as oportunidades que estão à nossa frente, do ponto de vista governamental, mas principalmente, oportunidades para o setor privado”, analisou Monte, que defende a retomada dos financiamentos de projetos brasileiros no continente por bancos de desenvolvimento do Brasil, como o BNDES e o Banco do Brasil, mas também outros bancos regionais.

“O presidente mencionou muito a necessidade de se pensar numa agenda que vai ao encontro da insegurança alimentar. Isso é uma agenda muito importante para o mundo, é trazer a humanidade e solidariedade. Mas, além disso, tem um aspecto prático, pragmático. Que negócios podem emanar de uma ação como essa?”, observa Monte.

Para ouvir a entrevista completa, clique no botão abaixo do título.  

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