Companhia aérea Azul inaugura rota direta para Paris partindo de Viracopos, em Campinas

Considerada pela Cirium, empresa líder em análise de dados de aviação, como a companhia aérea mais pontual do mundo em 2022, a brasileira Azul investe no mercado internacional e acaba de lançar um voo diário direto do aeroporto de Viracopos, em Campinas, para Orly, em Paris. Num momento em que o Parlamento europeu fala em reduzir o tráfego aéreo e utilizar combustíveis renováveis, o diretor de relações institucionais, Fabio Campos, comenta como a Azul se posiciona dentro desse contexto.

Fabio Campos, diretor de Relações Institucionais da companhia aérea Azul. © RFI/Marcia Bechara

Perguntado sobre a escolha Viracopos, em Campinas e não o aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, o diretor Fabio Campos explica que se trata de uma "inovação da Azul". "A gente tem o aeroporto de Viracopos como o nosso hub, foi onde a Azul nasceu, onde ela começou e cresceu", detalha. "Hoje são mais de 200 decolagens por dia do aeroporto de Viracopos. Então é realmente a nossa cara ligar esse hub a Paris. Campinas é uma região muito próspera, muito rica do Brasil e também uma ótima opção para quem está em São Paulo, que tem um acesso muito mais fácil a Viracopos, dependendo do dia e do horário, mais que o aeroporto de Guarulhos", argumenta.

Sobre o A350, o novo avião da Airbus, com capacidade para 334 passageiros, o equipamento que será utilizado pela Azul fazer o voo direto com Paris, Campos afirmou que se trata de "um dos aviões mais modernos do mundo". "Vai cumprir a rota mais longa da companhia, hoje. Um avião com mais capacidade para clientes e carga, muito importante no nosso primeiro voo, a gente já veio com 25 toneladas de carga no porão da aeronave, trazendo frutas, trazendo várias coisas do Brasil para a França. Então é a aeronave certa para o mercado certo", acredita.

Compromisso com o meio ambiente

Com menu assinado pelo chef francês Claude Troisgros, os voos terão duração de 11h e transportarão um limite de 334 passageiros. Sobre a contrapartida ecológica da retomada do mercado do transporte aéreo e o acordo aprovado pelo Parlamento europeu para a descarbonização progressiva dos voos dentro do bloco, Campos diz que se trata de "uma pauta importantíssima". "Na verdade, nós assinamos um compromisso de chegarmos a uma neutralidade em carbono cinco anos antes do que a indústria está prometendo, levando em conta a perspectiva de 2050, que é a do grande pacto global, inclusive", afirma.

"A Azul se comprometeu a atingir isso em 2045. Então o nosso foco, o nosso olhar, está para isso também. Hoje, a melhor maneira que a gente pode fazer isso é reduzindo as emissões. E como você faz isso? Na aviação, você busca cada vez mais aeronaves cada vez mais modernas, então hoje nós temos uma frota de 170 aeronaves, em que já estamos passando de 75% de aeronaves de nova geração", detalha. "Essas aeronaves queimam 25% menos combustível do que todas as outras aeronaves de antiga geração que ainda estão presentes na maioria das empresas aéreas hoje", aponta.

Sobre o programa "Voa Brasil", uma parceria com o governo federal que visa democratizar o acesso às passagens aéreas, prevendo voos a partir de R$ 200,00, Fabio Campos diz que a Azul não veio para o mercado para roubar da concorrência. Ela veio para trazer novos clientes ao modal aéreo. (...) Eu acho que esse programa, o cerne dele, é justamente isso, como nós trazemos, damos acessibilidade para pessoas que não tinham?", questiona.