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Brasileiro que promove vinhos franceses é condecorado por serviços à agricultura francesa

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O consultor brasileiro Rogerio Rebouças acaba de ser condecorado Cavaleiro da Ordem do Mérito Agrícola. A honraria, que foi criada em 1883, é conferida àqueles que prestaram serviços relevantes à agricultura francesa por mais de dez anos. 

Quando o assunto é vinho, os brasileiros preferem os tintos, mas os rosés estão conquistando o público do país (imagem ilustrativa)
Quando o assunto é vinho, os brasileiros preferem os tintos, mas os rosés estão conquistando o público do país (imagem ilustrativa) Reuters /Regis Duvignau
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Rebouças foi responsável por colocar o vinho francês Rosé Piscine da Vinovalie no primeiro lugar entre os vinhos rosés consumidos no Brasil. Ele também deu destaque a diversos outros produtores da região de Languedoc, no sul da França, como Bordeaux, Borgonha, Provence e Champagne. 

“Essa medalha representa muito para mim”, diz Rebouças sobre a distinção. “Descobri que ela é mais difícil de se obter que a famosa Legião de Honra que é dada pelo presidente da República. Porque o mérito agrícola não é uma questão de articulação política, é realmente para quem prestou um serviço que ajudou a agricultura francesa”, explica.

O ex-profissional de comunicação que está há 17 anos na França explica que a honraria coroa o sucesso de sua decisão de mudar de profissão. “Eu consegui chegar ao que representa assim um grande reconhecimento pelo trabalho que eu fiz com os vinhos franceses, principalmente no Brasil”, diz.

A ideia da condecoração partiu do presidente da cava coperativa Vinovalie, Jean-Luc Constans, e a entrega da medalha foi feita por Hubert de Boüard, co-proprietário do Château Angelus, e um dos viticultores mais reconhecidos da França, produtor do “Premier Grand Cru Classé A” Saint-Émilion.

Mercado competitivo

O consumidor brasileiro tem acesso a vinhos de diversas nacionalidades como os chilenos, argentinos e da África do Sul. Fazer com que os vinhos franceses se destaquem entre essa concorrência não é tarefa fácil, como explica o consultor. 

“O Brasil é um mercado que, de certa forma, lembra o mercado inglês, com muitos fornecedores disputando este mercado, claro que os vinhos do Mercosul levam uma vantagem por causa dos impostos e por isso eles ocupam as duas primeiras posições no ranking”, diz.

Rogerio Rebouças, consultor em vinhos.
Rogerio Rebouças, consultor em vinhos. © Arquivo Pessoal

“A qualidade dos vinhos europeus, franceses, espanhóis e portugueses é reconhecida internacionalmente, é o berço da viticultura. O francês conseguiu se posicionar, apesar de ter um posicionamento de preço mais elevado. Isso porque a França tem vinhedos famosos como os grandes de Bordeaux, Médoc, Saint-Emilion, Pauillac, como o próprio (Chatêau) Angélus. E você tem também a Borgonha, com vinhos sofisticadíssimos, o champanhe, que é diferente dos espumantes porque é feito numa região específica e realmente eles produzem os melhores”, explica.

Preferência pelos tintos

De acordo com Rebouças, os brasileiros preferem os vinhos tintos, mas a França conseguiu conquistar os brasileiros com o rosé e lidera o seguimento. “A Provence adquiriu uma imagem de rosé. Soube trabalhar o marketing, se posicionar e vende muito bem”, analisa.

Apesar de ter expandido bastante nos últimos três anos, de acordo com Rebouças, o mercado de vinhos no Brasil ainda tem muito para crescer. “Saímos de uma faixa de 1,98, 2 litros por pessoa nos últimos 10, 20 anos e chegamos agora a 2,8. É um número muito expressivo e isso veio pra ficar. A tendência é isso ir crescendo”, diz.

“Eu acredito que o brasileiro com o tempo vai querer beber, no calor, mesmo se ele gosta de tinto, um tinto mais leve como, por exemplo, um Borgonha, um Beaujolais. Vinhos mais leves e mais adaptados a nosso clima”, prevê.

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