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Reparação da Bacia do Rio Doce será destaque no Congresso Mundial da Natureza

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A cidade de Marselha, no sul da França, sedia de 3 a 11 de setembro o Congresso Mundial da Natureza. Pesquisadores brasileiros levam para o evento suas experiências na reparação da Bacia do Rio Doce, em Minas Gerais, no projeto do Barômetro da Restauração, além de outras questões relevantes no contexto da preservação da biodiversidade nacional.

A experiência na reparação da Bacia do Rio Doce, em Minas Gerais, no projeto do Barômetro da Restauração, será apresentada no Congresso Mundial da Natureza, em Marselha.
A experiência na reparação da Bacia do Rio Doce, em Minas Gerais, no projeto do Barômetro da Restauração, será apresentada no Congresso Mundial da Natureza, em Marselha. © Arquivo Pessoal
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Alguns desses cientistas brasileiros integram o chamado Painel do Rio Doce, que surge de uma solicitação à União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), entidade que organiza o Congresso, para a criação de uma equipe independente de assessoria técnica e científica para contribuir na restauração da Bacia do Rio Doce, em Minas Gerais, afetada pelo rompimento da barragem da Samarco, em 2015.

A seguir, trechos da entrevista com Caroline Cogueto, uma das representantes brasileiras no evento.

É principalmente a experiência junto a esse projeto de reparação socioambiental, e também socioeconômica da bacia do Rio Doce que os especialistas apresentam nessa edição do Congresso?

O painel do Rio Doce é uma experiência da União Internacional de Conservação da Natureza de uma estrutura para prover uma assessoria técnica e científica de alta qualidade para resolver problemas complexos como é o caso do desastre da Samarco na bacia do Rio Doce. O painel foi criado em 2017 e, desde então, ele tem fornecido orientações para a Fundação Renova de como trazer uma visão de mais longo prazo ao processo, trazendo resiliência também aos programas da fundação para a reparação ambiental e socioeconômica na Bacia. Além do painel do Rio Doce, tem outros painéis no mundo – um painel na Rússia que está cuidando das baleias cinzentas e um painel no Delta do Rio Níger –, e os representantes desses três painéis estarão reunidos no Congresso agora em Marselha para discutir como foram esses painéis de assessoria, quais foram suas contribuições e como podem ajudar nesses tipos de problemas complexos no mundo.

Caroline Cogueto
Caroline Cogueto © Arquivo Pessoal

Nesse delicado, polêmico e também urgente debate em torno de um desenvolvimento econômico sustentável, o Brasil é um dos países que participa do projeto Barômetro da Restauração, exatamente com o propósito de medir os esforços, mas também os resultados de restauração em todos os tipos de ecossistema. Que informações vocês irão apresentar neste Congresso Mundial da Natureza?

O Barômetro da Restauração, que surgiu como o Barômetro do Desafio de Bonn, é uma ferramenta para que os países ou Estados subnacionais consigam reportar para o mundo quais foram os seus esforços e resultados nos compromissos assumidos que tenham a ver com a restauração de ecossistemas. São vários os compromissos para os quais o Barômetro de Bonn pode ajudar no reporte das conquistas. Por exemplo, as metas nacionalmente determinadas para redução de carbono ou para sequestro de carbono também podem ter ações de restauração. Neste caso, os países também podem informar quais foram os resultados de restauração e o quanto de carbono, por exemplo, foi sequestrado através do Barômetro da Restauração. Agora no Congresso, nós estaremos presentes com alguns países ou regiões que já aplicaram ou estão aplicando o Barômetro de Bonn, que estão buscando dados sobre os indicadores que o Barômetro usa para poder mostrar para o mundo quais foram os seus esforços, quais foram os seus resultados e propiciar um momento de aprendizagem.  

Caroline Cogueto
Caroline Cogueto © Arquivo Pessoal

Quais as suas principais expectativas em relação ao Congresso e como você acredita que esse debate possa contribuir para as questões ambientais mais relevantes hoje do Brasil?

O mundo está passando por um momento bastante interessante de tomada de consciência. Ninguém mais tem dúvida de que nós estamos em um momento crucial para tomadas de decisão e a instauração de políticas efetivas de proteção ao meio ambiente, e essa questão é global, ela não é local. O Brasil sempre foi e continua sendo um país importantíssimo nesse cenário porque o que se faz no Brasil impacta no que se faz em todo lugar, impacta no mundo inteiro. O Brasil tem um potencial enorme de contribuir para a melhoria ambiental do planeta como um todo e também para nós que vivemos no Brasil. A gente espera que o Congresso seja um momento de encontro dos membros também da UICN , para que se criem laços para que se possa pensar no que se quer para o mundo nos próximos anos.

Para ouvir a entrevista na íntegra, clique na foto.

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