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Paralimpíadas sem afegãos: “O mais importante é preservar a vida deles”, diz presidente do IPC

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O brasileiro Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês), disse em entrevista à RFI que não será possível levar atletas do Afeganistão para competir nos Jogos Paralímpicos de Tóquio. “O mais importante é preservar a vida deles”, frisou.

Os Jogos Paralímpicos de Tóquio têm início no dia 24 de agosto.
Os Jogos Paralímpicos de Tóquio têm início no dia 24 de agosto. REUTERS - ATHIT PERAWONGMETHA
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Camila Luz

Em contato com o Comitê Paralímpico do Afeganistão e o Chefe de Delegação no país, o IPC entendeu que seria inviável que os afegãos participassem do evento esportivo. Segundo Parsons, o fundamental agora é garantir a integridade física dos atletas para que participem dos Jogos de Paris, em 2024.

O presidente do IPC classificou como “emocionantes” as postagens da atleta Zakia Khudadadi, do Taekwondo, que pedia ajuda para participar das Paralimpíadas deste ano, por meio de um vídeo traduzido para o inglês pela Reuters. Ela seria a primeira mulher a participar dos Jogos em seu país.

Paralimpíadas de Tóquio devem ser as mais assistidas da história

O IPC espera que mais de 4.2 bilhões de pessoas assistam às Paralimpíadas de Tóquio pela televisão, além de bilhões pelas redes sociais. Segundo Parsons, o alcance das Paralimpíadas pela internet cresceu a partir dos jogos do Rio, em 2016.

O presidente também falou sobre as restrições em Tóquio, onde o número de casos de Covid-19 está crescendo. As regras sanitárias serão as mesmas aplicadas durante os Jogos Olímpicos. Os atletas poderão ficar apenas na Vila Olímpica e nas instalações esportivas onde vão competir. Portanto, não poderão passear pela capital japonesa.

Para preparar os atletas para disputar os jogos durante a pandemia, cada país adotou medidas específicas. O IPC estabeleceu diretrizes e deixou à disposição dos competidores uma linha telefônica, em diversos idiomas, que presta apoio de saúde mental.

Mais visibilidade para atletas olímpicos

Segundo Parsons, as Paralimpíadas são o único acontecimento internacional no qual as pessoas com deficiência são os atores principais. “É o evento global em que as pessoas com deficiência são as estrelas”, disse. “Então é fundamental a gente usar os jogos paralímpicos para realmente colocar no holofote, ou no topo da agenda de inclusão dos países”, completa.

Também segundo o presidente do IPC, existem 1.2 bilhões de pessoas com deficiência no mundo, o que equivale a 15% da população, ou a um a cada sete seres humanos.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), as pessoas com deficiência estão entre as mais afetadas pela pandemia de Covid-19. “Mesmo em circunstâncias normais, as pessoas com deficiências têm menos acesso à educação, a assistência médica, a oportunidades de trabalho e à participação nas suas comunidades. A pandemia está agravando estas desigualdades e gerando novas ameaças”, disse o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, em comunicado em maio do ano passado.

Nesta quinta-feira (19), o IPC lançou a campanha #WeThe15, um movimento global organizado em parceria com a ONU, o setor privado e organizações esportivas. O objetivo é “transformar a vida” dos 15% da população que vivem com deficiências no mundo e combater preconceitos.

A campanha deverá ser representada na abertura dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, na próxima terça-feira (24), e também na cerimônia de encerramento, em 5 de setembro. “Vai ser muito bonito e tocante, um grande início e um grande encerramento”, disse Parsons.

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