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Linha Direta

EUA: Crimes de ódio aumentaram até 150% durante a pandemia, diz estudo

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Cresce o número de incidentes contra pessoas de origem asiática nos Estados Unidos, semanas depois que um ataque na cidade de Atlanta matou oito pessoas, seis delas mulheres integrantes da comunidade asiática. Crimes de ódio sofreram aumento de 150% nas grandes cidades durante a pandemia, segundo um relatório do Center for the Study of Hate and Extremism (Centro de Estudos sobre Ódio e Extremismo, em português).

Manifestação nas ruas de Atlanta depois do massacre do dia 16 de março que visou membros da comunidade asiática.
Manifestação nas ruas de Atlanta depois do massacre do dia 16 de março que visou membros da comunidade asiática. Getty Images via AFP - MEGAN VARNER
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Luiza Duarte, correspondente da RFI em Nova York

Há cerca de um ano, os Estados Unidos foram sacudidos por uma onda de protestos para denunciar o racismo estrutural e a violência contra negros no país. Mais uma vez, em meio à crise de saúde pública em curso, americanos debatem o aumento de crimes de ódio visando minorias. 

De costa a costa dos Estados Unidos, manifestantes saíram as ruas nos últimos dias para denunciar a discriminação contra comunidades de origem asiática. Na internet, a hashtag “Pare o ódio contra asiáticos” (#StopAsianHate) ganhou tração.

Lideranças políticas, celebridades e empresas aderiram à campanha para condenar a discriminação que atinge não só imigrantes de origem asiática – chinesa, coreana, vietnamita, filipina e outras – e seus descendentes, como nativos do Havaí e de territórios americanos no Pacífico. 

Em diversas cidades, como é o caso de Nova York, que abriga a maior Chinatown do país, residentes se mobilizaçram para apoiar negócios criados por membros da comunidade asiática, em especial restaurantes. Em fevereiro, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, criou uma força-tarefa na polícia local, capaz de atuar em 11 línguas, dedicada a combater crimes de ódio contra pessoas de origem asiática. A ação na maior força policial do país visa servir de modelo para outras cooperações americanas.

Reação do governo Biden

Nesta terça-feira (30), o presidente Joe Biden anunciou uma série de medidas para combater crimes de ódio contra comunidades asiáticas. Ele irá indicar um diretor permanente responsável para coordenar dentro do governo federal as políticas voltadas ao combate desse tipo de crime, deve criar uma força-tarefa para combater a xenofobia associada à pandemia da Covid-19 e lançar projetos federais para promover contribuições que tenham sido realizadas por americanos de origem asiática.

Biden prometeu aumentar o financiamento de pesquisas sobre discriminação e para sobreviventes de violência sexual e doméstica. Cerca de U$ 50 milhões serão destinados para programas do Departamento de Saúde com esse fim e mais de U$ 30 milhões serão alocados na Fundação Nacional de Ciências, para estudos sobre a xenofobia. Além disso, o Departamento de Justiça vai passar por uma revisão para melhorar a habilidade de lidar com crimes de ódio.

Os planos foram revelados depois que uma mulher de origem asiática de 65 anos foi violentamente agredida durante o dia em Nova York. Um homem dirigiu-se a ela aos gritos de “Você não pertence [à sociedade] aqui”, de acordo com a polícia. Em março, um ataque na cidade de Atlanta provocou a morte de oito pessoas; seis vítimas eram mulheres de origem asiática.

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