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Reportagem

Entre perrengues e diversão, brasileiros contam rotina nos alojamentos de torcedores no Catar

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Descontração, brincadeiras e reclamações ritmam o dia a dia na Fans Villages, as Vilas dos Torcedores construídas para acolher parte daqueles que estão no Catar para prestigiar a Copa do Mundo. São três imensas estruturas montadas pela organização do Mundial em diferentes locais do país para oferecer uma possibilidade de alojamento aos fãs de futebol.

Vila de Torcedores no Catar
Vila de Torcedores no Catar AP - Hussein Sayed
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Elcio Ramalho, enviado especial da RFI a Doha

A opção no Fan Village é uma alternativa mais barata, mas nem tanto assim, em relação à rede hoteleira e outras opções mais caras de alojamento neste Mundial, que deve acolher mais de 1 milhão de pessoas, segundo as autoridades catarianas.

O preço da diária é de US$ 207 por um espaço de 18 metros quadrados. O alojamento conta com duas camas de madeira, um armário, um frigobar, uma mesa com cadeiras e um banheiro.

No total, as Fan Villages oferecem leitos para acomodar cerca de 60 mil visitantes de várias partes do mundo, dispostos a suportar uma certa falta de conforto.

A RFI visitou a Vila de Radwad Al Jahhaniya, que fica distante cerca de meia de hora de carro da região central de Doha. Mas também há opções de chegar de metrô, ou de táxi. 

Na entrada do campo, turistas aguardam em uma longa fila para fazer o check-in. A espera pode durar mais de três horas. 

“Tivemos problemas na chegada, foi bem complicado para pegar a chave. O quarto era diferente e faltaram alguns detalhes que eles não conseguiram fazer a tempo e precisou de manutenção. O banheiro começou a voltar coisas indesejáveis”, contou à RFI o advogado Caio Marques, do interior de São Paulo. “No mais, está tudo certo e o quarto atende bem o que a gente precisa”, acrescentou.

O japonês Tomi Tobbie também enfrentou problemas de inundação no seu alojamento por causa do banheiro. “Era água para tudo quanto é lado. Foi terrível”, destacou o jovem cantor que trouxe um violão onde coleciona assinaturas de todos que conhece no acampamento. “Encontrei pessoas muito legais aqui”, ressalta. 

Comida e diversão

Os contêineres estão alinhados em blocos a perder de vista. Passando por eles, é possível cruzar com vários trabalhadores estrangeiros deitados no gramado artificial à sombra dos blocos, pois não há lugares para eles descansarem.

O preço da diária é de 207 dólares por um espaço de 18 metros quadrados.
O preço da diária é de 207 dólares por um espaço de 18 metros quadrados. © Elcio Ramalho/RFI

Na passarela principal, muitas opções de barracas com comida local, mas também de outros países. E tem até um grande espaço com poltronas e pufes ao ar livre para os torcedores assistirem juntos a partidas em um imenso telão.

Um grande espaço com poltronas e pufes ao ar livre para os torcedores assistirem juntos a partidas em um imenso telão.
Um grande espaço com poltronas e pufes ao ar livre para os torcedores assistirem juntos a partidas em um imenso telão. © Elcio Ramalho/RFI

Caroline Rossin, engenheira de produção de Piracicaba, já se acostumou com o local.

“No início tivemos muitos problemas, mas tudo foi resolvido rapidinho. A manutenção foi ok. O espaço é bem legal, mas pelo preço não deveria ter acontecido tantos problemas”, opina.

Já o queniano Shahir, que veio ao Catar só para ver o português Cristiano Ronaldo jogar sua última Copa, diz estar contente com a acomodação e o ambiente: “É muito interessante, pessoas legais, tem comida, é limpo e você vê gente de todo lugar”

Dois empresários paulistas, Leonardo Zalcman e Bruno Rego, abriram as portas do contêiner que alugaram por uma semana para mostrar como são as instalações.

Os brasileiros Bruno Rego e Leonardo Zalcman
Os brasileiros Bruno Rego e Leonardo Zalcman © Elcio Ramalho/RFI

Uma das camas está com o estrado quebrado. “Quebrei mas já está remendada”, conta Leonardo. No armário de madeira, roupas dividem espaço com acessórios como chapéus e perucas nas cores verde e amarela.

O problema é o calor. “O ar condicionado dá uma segurada, mas à noite fica complicado. Se a gente demorar para sair do quarto, o calor é tão intenso que fica difícil a gente ficar bem aqui”, diz apontando uma toalha embaixo do aparelho para conter o vazamento de água. “É a primeira Copa do Mundo que estamos vivendo e está sendo mágico”, garante. 

Apesar dos problemas, Bruno também afirma que a experiência vale a pena. “Viagem é assim, estamos passando perrengues, mas é o perrengue chique. Viagem muito perfeita não gera boas histórias”, diz.

Outro brasileiro, Vitor Rossin garante que apesar dos problemas pontuais, passar alguns dias na Vila de torcedores da Copa, deixará boas lembranças. “É incrível, a experiência é muito boa, poder estar em contato com culturas completamente diferentes da do Brasil. A Fan Village proporciona isso. Tirando os perrengues, tem muita coisa bacana e estou aproveitando demais”, resume.

 


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