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Reportagem

Start-ups brasileiras mostram inovações na maior feira de tecnologia da Europa

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Experimentar um exoesqueleto, dirigir um veículo voador, tomar um café servido por um robô, explorar uma galeria de arte em realidade aumentada e muitas outras surpresas! Essas são algumas das novidades apresentadas na 6ª edição da VivaTech, a maior feira de tecnologia da Europa e uma das maiores do mundo, que abriu as portas nesta quarta-feira (15), em Paris.

A Vivatech acontece até domingo (18) no Parque de Exposições da Porte de Versailles, em Paris.
A Vivatech acontece até domingo (18) no Parque de Exposições da Porte de Versailles, em Paris. © RFI Maria Paula Carvalho
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Os 26 mil visitantes esperados até domingo (18) terão a chance de viver experiências imersivas, assistir à conferências e participar de discussões para uma sociedade mais sustentável e responsável. Todos os anos, a VivaTech reúne, em Paris e online, líderes empresariais, investidores, pesquisadores e inovadores para desencadear mudanças positivas nos negócios.

O evento, que acontece no Parque de Exposições da Porte de Versailles, tem participação de 1.100 expositores de diversos países, entre eles o Brasil, que está presente com sete start-ups.

“O Brasil está na fase inicial da robotização. Vários segmentos estão começando a implementar o uso de robôs e nós temos ajudado essas empresas nessa jornada 4.0”, diz Luma Boaventura da AI Robots, de Minas Gerais.

Também de Belo Horizonte vem a Key2enable, empresa de tecnologia que apresenta um teclado especial para pessoas portadoras de deficiência. Adaptado com símbolos e cores, o equipamento foi criado por um jovem com paralisia cerebral, formado em ciências da computação. O teclado, que pode ser adaptado para qualquer língua, já está em uso em 600 escolas do Brasil, facilitando o aprendizado de 10.000 estudantes.  

“A tecnologia é essencial para a pessoa com deficiência. Fazendo combinações, eu permito que essas pessoas possam utilizar o computador para se expressar e também aprender”, diz José Rubinger, diretor comercial da empresa.

“O brasileiro é muito criativo em todas as áreas. Tem gente muito boa, preparada e qualificada nas áreas de tecnologia, ciências e matemática, mas também design, moda e cosméticos. Temos gente boa querendo colocar de pé uma série de empreendimentos de sua propriedade, gerando emprego e renda para o país”, afirmou em entrevista à RFI  Sérgio Freitas de Almeida, secretário-Executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovações.

“Neste ano de 2022, temos R$ 4,5 bilhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico Tecnológico para investir em todo o tipo de pesquisa, ciência e tecnologia. E boa parte desse valor é destinada a apoiar start-ups”, revela.

Mais do que uma vitrine para o mundo, a feira em Paris também é uma oportunidade de negócios e um poderoso catalisador global para a transformação digital e o crescimento de start-ups.

“A VivaTech é um dos eventos mais importantes nas áreas de tecnologia e inovação no mundo. E ter a presença do Brasil aqui, com empresas que exibem seus produtos, com o apoio da Agência de Promoção Exterior do Brasil, mostrando suas iniciativas e projetos, podendo levantar capital, investidores, conhecer outras empresas do setor, é sempre uma oportunidade para desenvolver novos negócios”, acrescenta Almeida.

500 palestrantes

Entre os mais de 500 palestrantes, que participam de forma presencial e virtual, estão nomes de empresas como Meta e Microsoft, além de bancos, montadoras, indústrias em geral e a imprensa especializada.

“[Este evento] reúne todas as pessoas que gostam de tecnologia, que querem saber mais e estudar a evolução”, diz Johann Ebener, um suíço-brasileiro que trabalha na Strong Network, empresa de segurança digital. "A gente faz a segurança dos desenvolvedores de informática", explica. Além disso, "tem bastante soluções que procuram desenvolver a durabilidade. Então acho que a tecnologia está indo para esse lado", acrescenta, com relação ao grande desafio das mudanças climáticas e de transformação de padrões de consumo.

Mobilidade elétrica

Um dos destaques deste ano é a transição energética, especialmente na área de mobilidade urbana. Há modelos de última geração de trens, automóveis, veículos leves para transporte de cargas, bicicletas, patinetes e drones. A empresa indiana BonV, por exemplo, apresenta um equipamento voador elétrico capaz de transportar até 200 quilos, à distâncias de 40 metros, numa velocidade de 80 km/h.  

O futuro do trabalho, a conexão e o uso de redes também estão entre os temas mais debatidos. Assim como a transição da própria internet e da cadeia de valor atrelada a ela na modernidade, como explica David Princay, da Binance, uma empresa francesa que comercializa criptomoedas e NFTs.

“A Web 1 era uma maneira de compartilhar informação, ter emails, websites, ou seja, as pessoas puderam ter acesso à informação", diz. “A web 2 é formada pelos serviços criados com essa transferência de inovação, como os aplicativos de táxi, por exemplo. E a Web 3 é uma inovação de ruptura e que agora permite a transmissão de valores, através de uma base de dados que é o blockchain, acessível a todos mas que não pertence a ninguém”, analisa.

O empresário acredita no potencial francês em tecnologia. "A França sempre foi vanguardista, os franceses são revolucionários e temos a convicção de que com a regulamentação criada, de forma clara e precisa pela autoridades, e o viveiro de talentos do país, pois temos ótimos engenheiros e matemáticos, nós temos um lugar", diz. "Talvez nós tenhamos perdido na Web 2, mas teremos a revanche na Web 3", desafia.     

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