Exposição na região parisiense traz obras contemporâneas sobre resiliência da mulher e da natureza
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“F comme Forêt" ("F de Floresta", em português) é a nova exposição coletiva exibida na galeria do brasileiro Ricardo Fernandes, em Saint-Ouen, cidade ao norte de Paris. F de Floresta, mas F também de Feminino, já que a exposição propõe um diálogo de obras contemporâneas de artistas brasileiros e europeus em torno da temática resistência e resiliência das mulheres e da natureza.
“São duas temáticas distintas que se cruzam e, finalmente, são temáticas que geram vida, a mulher e também a floresta. Fazemos essa interconexão das pesquisas de cada um desses seis artistas, até chegarmos a um ponto comum, que é o conceito de resistência e de resiliência”, explica Ricardo Fernandes, curador e idealizador da exposição.
O galerista identificou e selecionou obras de seis artistas com trabalhos e obras em diferentes suportes. A francesa Mathilde Thiennot contribui com uma escultura feita a partir de um tronco de árvore, carvão e fio de ouro. A italiana Loredana traz um trabalho em fotografia artística intitulado “Natureza Amordaçada”, enquanto o finlandês Sami Korhonen exibe uma pintura em aquarela inspirada nas paisagens de seu país natal.
“Meu trabalho é da minha série ‘Neblina’, inspirada na Finlândia. A série tem cinco aquarelas e a que está na exposição é de uma árvore que está na neblina. Tem um fundo cinza e o vermelho bem forte que representa o poder feminino. Todo mundo pode imaginar o que é esse poder”, afirma Korhonen, que já viveu no Brasil.
Fotógrafos brasileiros
Os trabalhos de três fotógrafos brasileiros completam a exposição. O gaúcho Ale Ruaro tem duas obras que exploram a imagem exuberante da floresta e a delicadeza da presença feminina.
Também ganharam destaque no espaço as mineiras Juliana Sícoli, que tem um trabalho visual e artístico vinculado com a psicanálise, e Lucia Adverse, com sua série Natureza Viva, já exposta anteriormente em Paris.
No entanto, a série ganhou uma nova releitura, com o acréscimo de novas obras em forma de oratórios a partir de colagens inspiradas em várias personagens femininas e apresentadas em uma exposição em Tiradentes, Minas Gerais.
Das 16 mulheres presentes na série Natureza Viva, nove integram a exposição, entre elas, a mexicana Frida Khalo, a francesa de origem polonesa Marie Curie e a cazaque Gala, ex-mulher de Salvador Dalí.
“É a primeira vez que misturo as fotos delas, feitas a partir de troncos de árvores, com caixas de oratórios. Ficou interessante essa mistura”, afirma a fotógrafa Lucia Adverse.
“Minha expectativa é de que as pessoas vejam e se inspirem na história dessas mulheres. Nós conquistamos muitas coisas através delas. Acho também que a gente fazer um manifesto sobre a agressão que a natureza vive, é uma maneira de conscientizar as pessoas a defender mais a natureza porque todos nós dependemos dela”, argumenta.
O galerista Ricardo Fernandes celebra o resultado obtido com a proposta de interconexão entre obras e artistas de diferentes nacionalidades em torno da temática da exposição, que considera universal.
“Esse diálogo das obras e dos artistas ultrapassa a questão da nacionalidade. Ele propõe a realidade do que vivemos hoje no mundo todo. A resistência e a resiliência de uma mulher brasileira se comunicam com as de mulheres de muitos outros países”, avalia.
A exposição “F de Floresta” fica em cartaz na galeria Ricardo Fernandes até o dia 29 de janeiro de 2024.
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