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Rendez-vous cultural

Exposição na região parisiense traz obras contemporâneas sobre resiliência da mulher e da natureza

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“F comme Forêt" ("F de Floresta", em português) é a nova exposição coletiva exibida na galeria do brasileiro Ricardo Fernandes, em Saint-Ouen, cidade ao norte de Paris. F de Floresta, mas F também de Feminino, já que a exposição propõe um diálogo de obras contemporâneas de artistas brasileiros e europeus em torno da temática resistência e resiliência das mulheres e da natureza.

Fotografia exibe no primeiro plano a escultura em um tronco de árvore da francesa Mathilde Thiennot  e atrás obras da brasileira Lucia Adverse.
"F como Floresta" é uma exposição coletiva que tece uma narrativa que explora a relação simbiótica entre a resistência das mulheres e o desafio da natureza diante da destruição. © Elcio Ramalho
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“São duas temáticas distintas que se cruzam e, finalmente, são temáticas que geram vida, a mulher e também a floresta. Fazemos essa interconexão das pesquisas de cada um desses seis artistas, até chegarmos a um ponto comum, que é o conceito de resistência e de resiliência”, explica Ricardo Fernandes, curador e idealizador da exposição.

Sem título, 2013
Fotografia em papel Fine Art.
15 × 20 9/10 × 2/5 pol. | 38 × 53 × 1 cm
Sem título, 2013 Fotografia em papel Fine Art. 15 × 20 9/10 × 2/5 pol. | 38 × 53 × 1 cm © Ale Ruaro

O galerista identificou e selecionou obras de seis artistas com trabalhos e obras em diferentes suportes. A francesa Mathilde Thiennot contribui com uma escultura feita a partir de um tronco de árvore, carvão e fio de ouro. A italiana Loredana traz um trabalho em fotografia artística intitulado “Natureza Amordaçada”, enquanto o finlandês Sami Korhonen exibe uma pintura em aquarela inspirada nas paisagens de seu país natal.

“Meu trabalho é da minha série ‘Neblina’, inspirada na Finlândia. A série tem cinco aquarelas e a que está na exposição é de uma árvore que está na neblina. Tem um fundo cinza e o vermelho bem forte que representa o poder feminino. Todo mundo pode imaginar o que é esse poder”, afirma Korhonen, que já viveu no Brasil.

 

Sem título, 2013Fotografia em papel Fine Art.15 × 20 9/10 × 2/5 pol. | 38 × 53 × 1 cm
Sem título, 2013 Fotografia em papel Fine Art. 15 × 20 9/10 × 2/5 pol. | 38 × 53 × 1 cm © Ale Ruaro

Fotógrafos brasileiros

Os trabalhos de três fotógrafos brasileiros completam a exposição. O gaúcho Ale Ruaro tem duas obras que exploram a imagem exuberante da floresta e a delicadeza da presença feminina.

Também ganharam destaque no espaço as mineiras Juliana Sícoli, que tem um trabalho visual e artístico vinculado com a psicanálise, e Lucia Adverse, com sua série Natureza Viva, já exposta anteriormente em Paris.

Existo Entre o Céu e Esta Dormência Calada, 2023
Existo Entre o Céu e Esta Dormência Calada, 2023 © Juliana Sícoli

No entanto, a série ganhou uma nova releitura, com o acréscimo de novas obras em forma de oratórios a partir de colagens inspiradas em várias personagens femininas e apresentadas em uma exposição em Tiradentes, Minas Gerais.

Das 16 mulheres presentes na série Natureza Viva, nove integram a exposição, entre elas, a mexicana Frida Khalo, a francesa de origem polonesa Marie Curie e a cazaque Gala, ex-mulher de Salvador Dalí.

“É a primeira vez que misturo as fotos delas, feitas a partir de troncos de árvores, com caixas de oratórios. Ficou interessante essa mistura”, afirma a fotógrafa Lucia Adverse.

“Minha expectativa é de que as pessoas vejam e se inspirem na história dessas mulheres. Nós conquistamos muitas coisas através delas. Acho também que a gente fazer um manifesto sobre a agressão que a natureza vive, é uma maneira de conscientizar as pessoas a defender mais a natureza porque todos nós dependemos dela”, argumenta.

Casca de árvore, carvão vegetal e tinta dourada.18 9/10 × 16 27/50 × 11 41/50 pol. | 48 × 42 × 30 cm
Casca de árvore, carvão vegetal e tinta dourada. 18 9/10 × 16 27/50 × 11 41/50 pol. | 48 × 42 × 30 cm © Mathilde Thiennot

O galerista Ricardo Fernandes celebra o resultado obtido com a proposta de interconexão entre obras e artistas de diferentes nacionalidades em torno da temática da exposição, que considera universal.

“Esse diálogo das obras e dos artistas ultrapassa a questão da nacionalidade. Ele propõe a realidade do que vivemos hoje no mundo todo. A resistência e a resiliência de uma mulher brasileira se comunicam com as de mulheres de muitos outros países”, avalia.

Usva 3, 2016
Aquarela sobre papel sem ácido.
29 1/2 × 22 pol. | 75 × 56 cm
Usva 3, 2016 Aquarela sobre papel sem ácido. 29 1/2 × 22 pol. | 75 × 56 cm © Sami Korhonen

A exposição “F de Floresta” fica em cartaz na galeria Ricardo Fernandes até o dia 29 de janeiro de 2024.

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