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Radar econômico

Dois anos após início da pandemia, Paris volta a ter pontos turísticos lotados de estrangeiros

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A demanda turística reprimida durante mais de dois anos reaparece com tudo nas ruas de Paris. A melhora nos números da pandemia de coronavírus, a flexibilização das condições de viagem e, de quebra, a volta dos dias ensolarados têm levado a capital francesa a reviver os áureos tempos em que era uma das cidades mais visitadas do mundo, antes da chegada brutal do coronavírus.

Turistas fazem fila em frente ao Museu do Louvre, em Paris, em 29 de abril de 2022.
Turistas fazem fila em frente ao Museu do Louvre, em Paris, em 29 de abril de 2022. AFP - -
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Nos pontos turísticos, línguas de todos os países voltaram a ser ouvidas: americanos, britânicos, alemães, latinos e até alguns asiáticos, ainda reticentes à retomada das viagens internacionais. Ça y est: os operadores de turismo festejam o grande retorno da clientela estrangeira à cidade.

"Eles estão de volta, de fato, e acho que daqui a 15 dias vai ser ainda melhor, porque o tempo estará ainda mais bonito em Paris. É maravilhoso”, comprova o garçom Cyril, em um café na esquina com a Torre Eiffel. "Estamos vendo muita gente da Europa, mas também da América Latina: Porto Rico, México, Panamá. Muito mesmo. Tem também americanos, mas um pouco menos que o normal."

"Eles estão de volta. É maravilhoso”, comprova o garçom Cyril, que trabalha em um café perto da Torre Eiffel.
"Eles estão de volta. É maravilhoso”, comprova o garçom Cyril, que trabalha em um café perto da Torre Eiffel. © Lúcia Müzell

Pela primeira vez desde o início de 2020, a taxa de ocupação dos hotéis na cidade chega a 80%, conforme a União das Atividades e Indústrias da Hotelaria, e ultrapassou 90% no fim de semana de Páscoa. Nesta data, 22 mil pessoas visitaram a torre Eiffel por dia, quase a lotação máxima do monumento, enquanto que os ingressos para o Louvre precisam ser reservados com 48h de antecedência para um sábado, domingo ou feriado.

O número de voos vindos da Espanha já supera o registrado em 2019, enquanto os da Itália e Estados Unidos estão próximos de atingir os índices pré-pandêmicos, segundo o escritório parisiense de turismo. A Federação Nacional de Aviação, por sua vez, antecipa para este verão a retomada de 100% dos voos de médias distâncias e 85% dos longos trajetos.

As filas de turistas voltaram a fazer parte de pontos famosos da cidade, como em volta da Torre Eiffel.
As filas de turistas voltaram a fazer parte de pontos famosos da cidade, como em volta da Torre Eiffel. © Lúcia Müzell

Viagem adiada

O casal de mexicanos Rodrigo Flores e Guadalupe Romero comemora finalmente poder realizar a viagem com que sonhava. "Fazia tempo que queríamos viajar para esta parte do mundo e por causa da pandemia, tínhamos adiado. Mas agora, tivemos a oportunidade”, afirma ele. "Estou muito emocionada, na verdade, porque tudo isso é novo para a gente. Estamos impressionados com tanta beleza que tem neste lugar, que é magnífico”, diz a mexicana. "E tem muita gente, vimos pessoas do Marrocos, da Colômbia, dos mais diferentes lugares”, indica Guadalupe.

Rodrigo Flores e Guadalupe Romero vieram do México para conhecer Paris, depois de adiarem a viagem várias vezes.
Rodrigo Flores e Guadalupe Romero vieram do México para conhecer Paris, depois de adiarem a viagem várias vezes. © Lúcia Müzell
No rio Sena, os barcos turísticos passam o dia e a noite lotados, como nos velhos tempos, celebra Badis, gerente de bilheteria do Vedettes de Paris, uma das empresas que oferece passeios nas embarcações. "Temos realmente a impressão de que a pandemia ficou para trás e que as pessoas estão de volta. O fim de semana de Páscoa foi um verdadeiro sucesso e, desde então, só continuou. Estamos muito contentes”, indica o gerente.

"Alguns clientes ainda usam máscaras e continuamos a oferecer gel nos barcos, mas a maioria das pessoas está sem máscara. Elas estão felizes, é como uma liberação”, constata.

Os barcos turísticos passam o dia e a noite lotados, celebra Badis, gerente de bilheteria do Vedettes de Paris.
Os barcos turísticos passam o dia e a noite lotados, celebra Badis, gerente de bilheteria do Vedettes de Paris. © Lúcia Müzell

Economias durante a pandemia

Essa felicidade se confirma em despesas. "Tenho a impressão que os turistas estão com dinheiro para gastar. Acho que a pandemia os fez economizar, então agora eles se soltaram”, observa o garçom Cyril.

Da mesma forma, a vendedora Liu, de uma loja de souvernirs, percebe a disposição dos turistas para gastar sem contar. “Durante a pandemia, estávamos fechados, mas agora a situação está boa e voltamos a abrir. Tem muitos turistas que vêm na França, então para a gente eles nos proporcionam um grande retorno”, festeja.

Ainda assim, os turistas asiáticos, raros na multidão, fazem falta. Até 2019, os chineses eram os estrangeiros que mais movimentavam o turismo francês, responsáveis por um total de € 3,5 bilhões.

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