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O Mundo Agora

Guerra entre Israel e Hamas pode impactar eleições presidenciais nos Estados Unidos

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Com as crescentes tensões entre Israel e Hamas, uma pergunta é inevitável: como a guerra atual impactará as eleições presidenciais do próximo ano nos Estados Unidos? 

Manifestação pró-Palestina no National Mall, em frente ao Capitólio dos EUA, em Washington.
Manifestação pró-Palestina no National Mall, em frente ao Capitólio dos EUA, em Washington. AP - Jose Luis Magana
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Thiago de Aragão, analista político

De acordo com a recente pesquisa Econômica All-America da CNBC, o público americano quer que o governo dos Estados Unidos apoie mais Israel do que os palestinos e que haja forte apoio financeiro militar dos Estados Unidos para Israel. No entanto, uma porcentagem significativa quer que os EUA sejam imparciais no conflito.

Esses resultados podem afetar negativamente o apoio do presidente Biden, que neste momento está em baixa, e abrir espaço para que o ex-presidente Donald Trump volte a disputar a presidência. Biden perderia para Trump por 4 pontos em uma possível disputa direta.

Os dados da pesquisa indicam que 39% da população acredita que o governo dos EUA deve favorecer Israel nesse conflito com os palestinos, em comparação com 34% após a guerra de Gaza em 2014. Enquanto isso, 36% acreditam que os EUA devem tratar ambos os lados igualmente, em comparação com 53% em 2014.

Dezenove por cento estão indecisos, número que aumentou 9% em relação a 2014, sugerindo que a situação ainda é incerta e que as ações de um dos lados ainda podem influenciar a opinião pública.

Ajuda militar

Os resultados da pesquisa também mostram que a maioria (74%) acredita que é importante que o governo dos EUA financie a ajuda militar a Israel. Esse número pode ser comparado aos 72% que dizem que é importante financiar a segurança na fronteira com o México, assim como a ajuda humanitária estrangeira.

Uma maioria menor, mas ainda sólida (61%), responde que é importante financiar a ajuda militar à Ucrânia, em comparação com 52% que apoiam a ajuda militar e econômica a Taiwan.

A pesquisa revela que o apoio a Israel em relação aos palestinos é impulsionado pelos republicanos, com 57% afirmando que o governo dos EUA deveria favorecer Israel, em comparação com apenas 29% dos democratas e 27% dos independentes. Em contrapartida, 44% dos democratas e 47% dos independentes querem que o governo trate ambos os lados da mesma maneira.

Esses dados podem indicar um desafio para o partido do presidente Biden, uma vez que é improvável que a postura pró-Israel se torne menos importante para os eleitores, especialmente quando se trata de votos de republicanos.

Além disso, há uma clara diferença de opiniões entre gerações nessa questão. Os eleitores democratas mais jovens demonstram mais interesse em serem imparciais, enquanto a faixa etária acima de 50 anos parece apoiar Israel em detrimento dos palestinos.

Portanto, se a guerra atual continuar, o apoio a Israel pode se tornar um fator importante para os eleitores, e pode levar a uma mudança significativa nas eleições presidenciais de 2024 nos Estados Unidos. É necessário que os candidatos recordem a importância do diálogo e que sejam capazes de encontrar soluções para esse conflito.

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