Com duelo Diniz x Guardiola, Fluminense e Manchester City buscam título mundial inédito na Arábia Saudita
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Fluminense e Manchester City fazem a final do Mundial de Clubes da Fifa, nesta sexta-feira (22), no estádio Rei Abdullah, na cidade de Jedá, na Arábia Saudita. O jogo entre os atuais campeões da Taça Libertadores da América e da Liga dos Campeões da Europa começa às 15h, no horário de Brasília. Os dois clubes tentam conquistar este título pela primeira vez na história.
Tiago Leme, correspondente da RFI na Arábia Saudita
O confronto terá o duelo entre dois treinadores que gostam de jogar com a posse de bola. Mas apesar dessa semelhança, Fernando Diniz, do time brasileiro, e Pep Guardiola, do clube inglês, têm outras diferenças de estilo no comando de suas equipes.
O Fluminense deve repetir a escalação que ganhou do Al Ahly, do Egito, na semifinal. Com isso, o garoto John Kennedy começa na reserva, assim como foi na final da Libertadores contra o Boca Juniors no Maracanã, quando ele saiu do banco e foi o herói do título. O Tricolor carioca tem jogadores muito experientes, como o goleiro Fábio, de 43 anos, Felipe Melo, 40, Marcelo, 35, Cano, 35, Paulo Henrique Ganso, 34. Keno, 34, e Samuel Xavier, 33 anos.
Do outro lado, o Manchester City terá desfalques importantes. Por causa de lesões, o atacante norueguês Halland e o meia belga Kevin De Bruyne, além do ponta Jeremy Doku, foram cortados da competição. Mesmo assim, o time inglês tem ótimos substitutos. A formação deve ser a mesma que ganhou do Urawa Reds, do Japão, na semifinal. Pela diferença financeira entre os clubes da Europa e da América do Sul, o City é favorito, mas o Flu pode surpreender.
Duelo entre Fernando Diniz e Pep Guardiola
De uma forma resumida, os dois técnicos têm semelhanças e diferenças em seus estilos de jogo ofensivo. No trabalho de ambos, existe a obsessão pela posse de bola. Mas enquanto o brasileiro roda os seus jogadores em campo, o espanhol faz a bola rodar.
Nas entrevistas coletivas pré-jogo nesta quinta-feira, houve elogios entre eles. Diniz disse que vai jogar contra um dos melhores times da história do futebol mundial e um dos maiores treinadores. E apesar da força do City, ele garantiu que vai manter seu estilo. O treinador brasileiro estava tranquilo e só se irritou ao responder uma questão sobre um texto opinativo do jornal britânico “The Telegraph”, que comparou o Flu a um time de jogadores aposentados. Já Guardiola falou do talento e da qualidade do Fluminense e citou nominalmente vários atletas do adversário. Ele também disse que o futebol praticado pelo Tricolor lembra a seleção brasileira que encantou o mundo nas décadas de 1970 e 1980.
Ambiente das torcidas
A torcida do Fluminense, apesar de não estar presente em grande número, deve fazer mais barulho no estádio Rei Abdullah do que o adversário. Isso porque pouquíssimos ingleses viajaram para a Arábia Saudita. Apesar da presença de muitas camisas azuis nas arquibancadas na semifinal, a maioria é de sauditas e outros árabes da região que apoiam o time inglês. Isso mostra claramente como os europeus dão pouca importância ao Mundial de Clubes, enquanto os sul-americanos valorizam bastante.
Cerca de 2 mil torcedores do Flu estão em Jedá, uma quantidade bem menor do que flamenguistas e palmeirenses presentes nas últimas edições do Mundial. Além do alto custo da viagem e do tamanho das torcidas, as restrições culturais na Arábia Saudita explicam essa diferença.
Mudança do formato do Mundial de Clubes
Esta edição de 2023 é a última no formato atual. A partir de 2025 nos Estados Unidos, e depois a cada quatro anos, será disputado o Super Mundial de Clubes, com um total de 32 equipes. Serão seis vagas para a América do Sul, e Palmeiras, Flamengo e Fluminense já estão garantidos como últimos campeões da Libertadores. A Europa terá 12 times, e Chelsea, Real Madrid e Manchester City também estão confirmados pelos títulos recentes da Champions. Outras equipes entram pelo ranking de pontos. Também serão quatro vagas para a Ásia, quatro para a África, quatro para América do Norte e Central, uma para a Oceania e uma para o país-sede
Além disso, anualmente vai acontecer um torneio intercontinental, como o campeão europeu entrando direto na final, e os outros continentes disputando uma fase preliminar.
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