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Linha Direta

Novos movimentos de greve afetam férias de verão no Reino Unido

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Quando 2 milhões de britânicos se preparam para aproveitar as férias de verão, que começam neste fim de semana, os sindicatos prometem uma nova onda de greves. Os movimentos devem afetar em cheio aeroportos e estradas pelo Reino Unido. A expectativa é de que o país registre o maior fluxo de viajantes desde o início da pandemia de Covid-19. Mas as perturbações não estão restritas ao setor de transportes.

Jovens médicos britânicos anunciam uma greve sem precedentes de cinco dias por melhores salários. Reino Unido, em 13 de julho de 2023.
Jovens médicos britânicos anunciam uma greve sem precedentes de cinco dias por melhores salários. Reino Unido, em 13 de julho de 2023. © Ben Stansall / AFP
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Vivian Oswald, correspondente da RFI em Londres

Centenas de funcionários do aeroporto de Gatwick, o segundo mais movimentado do país, devem cruzar os braços nos próximos dias, assim como os trabalhadores dos aeroportos de Luton e Birmingham, na Inglaterra, e Glasgow, na Escócia.

O movimento deve atrapalhar não apenas os passageiros que embarcam onde haverá paralisações, mas os de outros aeroportos e estradas pelo país, já que muitas pessoas podem buscar alternativas para evitar frustrações e cancelamentos nas férias mais esperadas desde a crise sanitária.

Funcionários de 14 companhias de trem também cruzam os braços por todo o país.

Esta semana, os radiologistas também resolveram parar por 48 horas. Eles pedem reposição salarial e melhores condições de trabalho. Desde a Covid-19, o sistema público de Saúde britânico enfrenta gargalos no atendimento, com longas filas de espera para a realização de exames de imagem.

A Sociedade britânica de Radiologistas garante que nove entre dez pacientes apoiam a categoria, que realiza de raio-X a ressonância magnética, passando por tomografias computadorizadas. Estima-se que 1 milhão de pessoas estejam na lista de espera de exames de imagem, o que contribui para a extensa relação de 7 milhões de pacientes que aguardam o início de seus tratamentos.

Reajustes salariais

Ainda não se chegou a um acordo, por exemplo, para a classe médica mais jovem, que promete novas paralisações depois de cinco dias de greve, a mais longa já realizada pela categoria. Enquanto tentam atender parte dos pacientes cujas consultas foram adiadas nos últimos dias, os médicos mais experientes também se preparam para parar na próxima semana.

Desde que o primeiro-ministro Rishi Sunak assumiu o comando do governo britânico, não houve um único mês sem paralisações. Os trabalhadores cobram reajustes salariais que compensem a disparada do custo de vida.

As situações trabalhistas estão sendo negociadas caso a caso. O governo reluta em conceder reajustes para não inflar ainda mais os índices de inflação. Embora os preços para o consumidor tenham registrado uma queda no mês passado, para 7,9% ao ano, o menor percentual desde junho de 2022, a alta nos preços dos alimentos continua muito acima do que se esperava, oscilando na casa dos dois dígitos há meses.

O custo de vida se mantém altíssimo no país. As seguradoras de automóveis, por exemplo, acabam de anunciar um reajuste de 40% nos valores praticados no mercado.

Em junho passado, 2,1 milhões de famílias deixaram de pagar pelo menos um boleto naquele mês. Esse número vem se mantendo acima dos 2 milhões de lares desde o início do ano, de acordo com o grupo Which. Este tem sido um dos maiores desafios do governo conservador, que enfrenta eleições gerais no ano que vem. Se o pleito fosse hoje, estima-se que o partido no poder teria uma derrota expressiva nas urnas.

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