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Linha Direta

Europa deve enfrentar nova onda de Covid com o fim das férias de verão

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A União Europeia alerta sobre nova onda de Covid na Europa e lança uma estratégia visando o outono e o inverno para que o hemisfério norte se prepare com antecedência. Quais são as recomendações das autoridades de saúde no continente e a atual situação de contágio nos principais países do bloco europeu? 

Um enfermeiro faz um teste anticovid em Nantes, interior da França em 30 de junho de 2022.
Um enfermeiro faz um teste anticovid em Nantes, interior da França em 30 de junho de 2022. REUTERS - STEPHANE MAHE
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Letícia Fonseca-Sourander, correspondente da RFI em Bruxelas

As autoridades sanitárias alertam para a chegada de uma nova onda de Covid-19 na Europa. Esta semana, foi a vez da comissária europeia para a Saúde, Stella Kyriakides, soar o alarme e dizer que os governos europeus deveriam começar a se preparar agora para o outono e inverno. Ou seja, em três meses a Europa provavelmente vai enfrentar uma nova onda do coronavírus.

“Infelizmente, a pandemia tem mostrado um aumento preocupante em vários países do bloco”, declarou. Kyriakides afirmou que “nós estamos nos preparando para os meses mais frios do ano, plenamente conscientes de que a nova onda da pandemia não deveria sobrecarregar ainda mais nossas economias ou nossas sociedades, já afetadas pela guerra na Ucrânia e pela inflação.” A Comissão Europeia já autorizou os países do bloco a iniciarem a 2ª dose de reforço – a 4ª. dose da vacina contra a Covid-19 em pessoas acima de 60 anos e pessoas com patologias associadas que predispõem a formas graves.

Esses meses que antecedem a chegada do outono – em outubro – devem ser preparatórios. “Assim nossos sistemas de saúde estarão prontos para possíveis novas ondas que podem, por exemplo, ser combinadas com a gripe sazonal”, explicou a responsável europeia.

Alerta inicial da OMS

A OMS (Organização Mundial da Saúde) foi a primeira a alertar sobre uma nova onda de coronavírus na Europa. Atualmente, o continente europeu vive uma situação semelhante à do verão de 2021 no hemisfério norte.

O diretor do escritório regional da OMS na Europa, Hans Henri P. Kluge, pediu aos governos que se preparem para o outono e do inverno. Para Kluge, o aumento dos casos e das hospitalizações, onde a variante Ômicron prevalece, só deve aumentar  exponencialmente “quando as escolas reabrirem (em setembro), as pessoas voltarem de férias e a interação social dentro de casa crescer.” A OMS acredita que os trabalhadores de saúde, que já estão sob uma enorme pressão para lidar com crises recorrentes desde 2020, terão um grande desafio pela frente.

A estratégia recomendada pela OMS envolve aumentar a taxa de vacinação, administrar uma segunda dose de reforço a pessoas com mais de cinco anos de idade cuja imunidade esteja comprometida e também para os grupos de risco. A OMS ainda aconselha o uso de máscaras nos transportes públicos e locais fechados e insiste na adoção de medidas de proteção individual como o uso de máscaras, ventilação, lavagem de mãos e vacinação.

Situação atual da pandemia na Europa

Segundo a Organização Mundial da Saúde, os casos de Covid-19 na região europeia triplicaram nos últimos dois meses. Recentemente, foram registrados 3 milhões de novas contaminações, o que é quase metade de todos os casos no mundo inteiro. Enquanto as hospitalizações por Covid-19 aumentaram, as admissões nas UTIs permanecem relativamente baixas.

As taxas de infecção nos grupos etários mais velhos continuam crescer e a Europa atualmente registra cerca de 3 mil mortes por Covid-19 a cada semana. O Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças informou que o número de infecções em pessoas acima de 65 anos aumentou 18%.

Na França, o último boletim epidemiológico divulgado pela Agência Nacional de Saúde Pública do país, mostra que a circulação do SARS-CoV-2 diminuiu, mas os indicadores virológicos se mantêm em um nível bastante alto, assim como o aumento do número de mortes.

Na Alemanha, onde 72,6% da população foi vacinada, o Instituto Robert Koch (RKI) informa em seu relatório diário 145.472 mil novos casos e 187 mortes associados ao surto de Covid, apenas ontem. Desde o início de 2020, um total de 30 milhões de infecções foram confirmadas no país. Já a Itália, registrou ontem o maior número de óbitos por Covid - 253 mortes - em cinco meses. No entanto, os casos de contágio no país seguem em queda. 

Em Portugal, que no mês passado apresentava a incidência mais elevada na Europa das subvariantes BA.4 e BA.5, o Instituto Ricardo Jorge (INSA) revelou que a média de infecções diminuiu para 7.690 casos diários no país e o índice de transmissibilidade do coronavírus SARS-CoV-2 mantêm-se abaixo do limiar de 1 e sem alterações significativas.

Já a Espanha, que está recebendo um número recorde de turistas após dois anos de restrições sanitárias, confirmou quase 40 mil novos casos nas últimas 48 horas. Segundo o Ministério da Saúde espanhol, o país registra oficialmente apenas casos de Covid-19 em pacientes com mais de 60 anos.

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