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Linha Direta

Nova ministra promete combater extremismo de direita na Alemanha

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A nova coalizão de governo alemã iniciará seus trabalhos nesta quarta-feira (8), depois que o Parlamento aprovar a nomeação do social-democrata Olaf Scholz como novo chanceler, sucedendo a Angela Merkel, que passou 16 anos à frente do país. Entre os nomes anunciados para a nova equipe, a advogada Nancy Faeser se tornará a primeira mulher a liderar o Ministério do Interior. Ela promete combater o extremismo de direita, apontado como a maior ameaça para a Alemanha.

O futuro chanceler alemão, Olaf Scholz, em primeiro plano, e a nova ministra do Interior nomeada para sua equipe, a social-democrata Nancy Faeser.
O futuro chanceler alemão, Olaf Scholz, em primeiro plano, e a nova ministra do Interior nomeada para sua equipe, a social-democrata Nancy Faeser. AP - Markus Schreiber
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Márcio Damasceno, correspondente da RFI em Berlim

Um acordo tripartite para uma nova coalizão de governo alemã superou seu obstáculo final nesta segunda-feira (6), depois que os integrantes do Partido Verde aprovaram por 86% a aliança concluída no mês passado com liberais e social-democratas. Os outros dois partidos já tinham dado o seu aval em convenções que ocorreram no último fim de semana.

A decisão abre caminho para a eleição de Scholz como novo chanceler. O social-democrata, que é ministro das Finanças e vice-chanceler de Merkel, precisa do apoio de pelo menos 369 dos 736 membros na Câmara Baixa do Bundestag, o Parlamento alemão. Os três parceiros da coalizão –  verdes, liberais e social-democratas – têm 416 assentos, o que assegura uma maioria confortável.

Poucas horas antes da decisão dos verdes, Scholz apresentou os indicados de seu partido que ainda faltavam ser anunciados para o novo gabinete. Metade das 16 pastas é ocupada por mulheres. Elas lideram oito ministérios, o que é um recorde histórico de participação feminina em um governo alemão. 

Entre os nomes anunciados pelos social-democratas, merece destaque o de Nancy Faeser, uma advogada que se tornará a primeira mulher a liderar o Ministério do Interior. É um cargo que inclui a supervisão das forças policiais federais e da inteligência doméstica. Faeser declarou que seu foco principal será combater o extremismo de direita, que ela diz ser a maior ameaça para a Alemanha.

A escolha para a pasta da Saúde era uma das mais esperadas, em um país que enfrenta uma quarta onda da epidemia de Covid-19, com recordes diários de novas infecções. O escolhido é o epidemiologista Karl Lauterbach. Ele é um deputado experiente do partido social-democrata (SPD) e sempre esteve muito presente em talk-shows na mídia como especialista em saúde, mas que carece de experiência em cargos no Executivo.

Lauterbach tem sido uma das vozes mais proeminentes da Alemanha a pedirem medidas mais rígidas contra a Covid-19. Ele vinha sendo um nome muito lembrado por isso, mas, ao mesmo tempo, também é controverso dentro do próprio partido, por ter várias vezes criticado seus correligionários pela gestão do governo na pandemia.

Verdes em pastas-chave

Os verdes e os liberais já tinham anunciado seus ministros. A líder verde Annalena Baerbock irá se tornar a primeira mulher ministra das Relações Exteriores da Alemanha. O outro integrante da liderança dupla dos verdes, Robert Habeck, será, além de vice-chanceler, ministro da Economia e do Clima, uma nova combinação inédita de pastas.

Os cinco nomes verdes no ministério incluem também Cem Özdemir, futuro chefe da pasta da Agricultura. Ele será o primeiro ministro federal de origem turca no país, seis décadas depois que os primeiros chamados "trabalhadores convidados" começaram a chegar na Alemanha vindos da Turquia para cobrir a demanda de mão de obra não especializada depois da Segunda Guerra.

Novas medidas contra a pandemia

Nesta terça-feira, a mídia alemã noticia que o novo governo já prepara um endurecimento das restrições sanitárias. Entre outras coisas, são previstas regras abrindo a possibilidade de novos fechamentos de restaurantes e restrições a hotéis. Além disso, um projeto de lei prevê o estabelecimento, a partir de março, da obrigatoriedade de vacina contra a Covid-19 para profissionais do ramo da saúde.

Na semana passada, os governos federal e estaduais já haviam determinado restrições, principalmente contra não vacinados, que não podem mais frequentar estabelecimentos como restaurantes, cinemas e teatros.

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