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Rendez-vous cultural

Dia Mundial do Rádio: pesquisadora alerta para risco de “infodemia” com expansão de plataformas

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Treze de fevereiro é Dia Mundial do Rádio, celebrado desde 2012. Neste ano, a data é comemorada pela 10ª vez, com o tema “Novo Mundo, nova rádio: evolução, inovação e conexão”. O veículo é apontado pela Unesco como capaz de promover a diversidade e o discurso democrático, ao representar e servir as comunidades mais esquecidas.

Dia Mundial do Rádio será celebrado neste sábado
Dia Mundial do Rádio será celebrado neste sábado © Samuel Morazan por Pixabay
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As comemorações em 2021 também lembram os 110 anos do rádio, um meio de comunicação de massa que, apesar de centenário e da concorrência das novas tecnologias, ainda é muito popular e tem grande audiência. Como o rádio evoluiu e se adaptou ao século 21? Uma de suas principais características atuais é a “rádio expandida”.

“O rádio expandido é o radio que circula por outras vias além das hertzianas, pela internet, pelos podcasts, pela radio streaming (online)”, explica Graziela Mello Vianna, doutora em comunicação e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com várias pesquisas relacionadas ao meio de comunicação.

Outra característica deste momento é que, com a pandemia, a audiência aumentou. “Isoladas, as pessoas começaram a ouvir mais rádio”, aponta Graziela. Segundo ela, os ouvintes buscaram na escuta da mídia tradicional uma alternativa ao excesso de telas, imagens e conexões.

Graziela Mello Vianna
Graziela Mello Vianna © Arquivo Pessoal

Multiplicidade de formatos

O setor radiofônico atual propõe uma multiplicidade de formatos que vão das emissoras tradicionais, difundidas pelas ondas hertzianas, às webrádios. Essa profusão pode indicar uma maior oferta e democratização, mas também criar dispersão e até desvios, como a transmissão de discursos negacionistas e de ódio.

A professora da UFMG indica que movimento para se chegar a essa “rádio que se expande para as novas mídias” ocorre de duas formas. Na internet, “como são espaços ‘livres’, você produz conteúdo com muita facilidade. Você tem muitas pessoas falando para muitas pessoas, o que é diferente da rádio hertziana em que você tem uma emissora que produz conteúdo para várias pessoas. Nessa liberdade de criação de conteúdo, a gente pode tanto beneficiar a informação, quanto a desinformação”, salienta a pesquisadora.

Maior regulamentação

Por isso, ela defende a necessidade de uma regulamentação para que os conteúdos radiofônicos, mesmo nas novas mídias, tragam informação e não desinformação. “A gente pode pensar em uma regulação desses processos das novas mídias. A gente pode pensar na responsabilização de cada indivíduo que se torna um criador de podcast, ou cria uma webradio, no sentido de que tipo de conteúdo essas pessoas estão criando e a partir de quais fontes: oficiais, comprovadas ou que reproduzem a desinformação."

Mas Graziela Mello Vianna ressalta que não se trata de censura. "A gente tem que ter cuidado para não criar mecanismos de censura, mas sim para evitar essa distribuição de desinformação, de fake news, que cria para além da pandemia ‘infodemias’”, alerta a especialista, em referência à informação que se difunde rapidamente sem nenhuma comprovação.

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