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Brasil-Mundo

"As pessoas querem consumir de forma responsável", diz carioca dona de brechó infantil em Marselha

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A pandemia de coronavírus fez muita gente mudar de hábitos e imaginar o futuro de outra forma. A estilista brasileira Natalia Cordeiro tinha acabado de se instalar em Marselha, no sul da França, quando as restrições da Covid-19 alteraram seus planos. Em vez de desanimar, a carioca aproveitou a epidemia para amadurecer o projeto de abrir uma loja de roupas de segunda mão para crianças e adolescentes. Natalia participa do movimento para tornar a moda um setor sustentável.

A brasileira Natalia Cordeiro em seu brechó de moda infantil recentemente aberto em Marselha.
A brasileira Natalia Cordeiro em seu brechó de moda infantil recentemente aberto em Marselha. © RFI/Adriana Moysés
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Com o "fim" da pandemia, Natalia Cordeiro sente que as pessoas estão mais abertas à procura de produtos locais e artesanais, para consumir de maneira responsável. "Eu acho que as pessoas utilizaram muito a pandemia para refletir, para uma tomada de consciência, e vi uma janela que se abriu para mim", conta.

Em fevereiro deste ano, ela abriu a butique Le fabuleux destin (O fabuloso destino, em tradução livre) em uma charmosa rua comercial do centro de Marselha, em frente ao Palácio de Justiça. As roupas de segunda mão, os calçados e acessórios que já tiveram uma vida útil antes de chegar às araras e prateleiras do brechó vestem desde bebês até adolescentes de 16 anos.

A loja fica em uma área que passa por um processo de reabilitação de edifícios antigos. Nas ruas adjacentes ao teatro da Ópera de Marselha, prédios de habitação, escritórios, cafés, restaurantes e butiques de marca atraem moradores e turistas.

As ruas adjacentes ao teatro da Ópera de Marselha estão repletas de lojas, café e restaurantes da moda.
As ruas adjacentes ao teatro da Ópera de Marselha estão repletas de lojas, café e restaurantes da moda. © RFI/Adriana Moysés

Desde que se mudou para Marselha, há três anos, Natalia acompanha uma outra transformação na cidade: a chegada de pessoas que deixaram a cinzenta região parisiense em busca do sol característico do Mediterrâneo. "No condomínio onde eu moro, o número de parisienses que desceram para o sul é muito grande", diz Natalia. "Eles largaram o emprego assalariado que tinham em Paris e vieram para cá montar um negócio", afirma.

Planejamento para enfrentar burocracia

Para abrir sua empresa na França, Natalia procurou ajuda especializada, planejou cada etapa e não desanimou diante das dificuldades. A brasileira confirma a fama que os franceses têm de adorar uma burocracia. "O Brasil tem muita burocracia, mas a França tem mais, muito, muito, muito mais; foi minha principal dificuldade, eles adoram um papel", conta a carioca.

Ela venceu esse desafio fazendo pesquisa de mercado, lendo publicações para compreender a legislação e não hesitou em contratar um advogado especialista em direito comercial para orientá-la. O marido, que trabalha na área de finanças, também teve um papel fundamental ao ajudá-la na elaboração do business plan (plano estratégico de negócios).

Muitos brasileiros que moram em Marselha dizem que a cidade mediterrânea é a que mais lembra a realidade brasileira, principalmente o Rio de Janeiro. A designer carioca confirma essa percepção. "Estar em Marselha me ajudou muito", recorda. "As pessoas são mais abertas, é mais quente, tem a praia, o mar e o trânsito é uma bagunça infernal como no Rio", diz Natalia, com um grande sorriso no rosto. 

Marselha não tem o pôr-do-sol com vista do Arpoador, mas a cidade também tem seu cartão postal para esse horário especial do final do dia. O pôr-do-sol no Mediterrâneo pode ser visto do alto da colina da basílica Notre Dame de la Garde, que protege os pescadores do Vieux Port.

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