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A Semana na Imprensa

Na semana do Dia da Mulher, imprensa francesa homenageia deputada brasileira ex-empregada doméstica

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Na semana do Dia Internacional da Mulher, as revistas semanais francesas destacaram a realidade de mulheres de diferentes lugares do mundo, entre elas, a deputada brasileira de São Paulo Ediane Maria do Nascimento e as iranianas do movimento “Mulher, Vida, Liberdade”.

Mulheres caminham pelas ruas de Teerã, antes das eleições, em 28 de fevereiro de 2024.
Mulheres caminham pelas ruas de Teerã, antes das eleições, em 28 de fevereiro de 2024. AFP - ATTA KENARE
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A revista francesa L’Express desta semana traça o perfil da deputada estadual paulista Ediane Maria do Nascimento (PSOL). A ex-empregada doméstica se transformou em representante do estado mais populoso do Brasil e “cujo PIB ultrapassa os da Bélgica e da Argentina”, destaca a publicação.

O texto afirma que após sua chegada à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, ALESP, Ediane conseguiu mudar os hábitos dos outros deputados, que agora cumprimentam o pessoal que faz a limpeza do prédio. “Antes, ninguém notava a  presença deles”, diz Ediane à revista.

“Em um estado que vota tradicionalmente à direita, a personalidade e o carisma de Ediane Maria seduziram mais de 175 mil eleitores”, ressalta L’Express, lembrando que apesar do estado de São Paulo ter uma reputação conservadora, a capital, onde ela obteve mais votos, tem um perfil mais progressista.

A revista conta a história da pernambucana que chegou em São Paulo aos 18 anos e sonhava em ser professora. “Eu ainda não tinha entendido que nós, os negros, somos relegados às funções subalternas, privados dos direitos mais elementares, como acesso à educação”, afirma, em entrevista à publicação francesa.

Pela história da deputada, a revista conta os desafios das milhares de mulheres empregadas domésticas no Brasil, 7 milhões – “três quartos trabalhando na informalidade”.

Mulheres do Irã e Afeganistão

A revista L’Obs dá destaque à situação das mulheres no Irã, um ano e meio depois da morte da jovem Mahsa Amini. “Mulher, Vida e Repressão”, diz o título da reportagem que mostra como a República Islâmica conseguiu acabar com uma onda de manifestações lançadas pelas mulheres iranianas e que fez “tremer as bases do regime”.

De setembro de 2022 a fevereiro de 2023, 530 manifestantes foram mortos pela repressão do governo iraniano, segundo a ONG Human Rights Activists News Agency.

A L’Obs também publica artigos de opinião de sete intelectuais iranianas, entre elas a prêmio Nobel da Paz de 2023, Narges Mohammadi. “O apartheid de gênero é um crime contra a humanidade”, escreve a militante feminista que está presa no presídio de Evin, no Irã.

Já a Le Point lembra que desde que os Talibãs retomaram o poder no Afeganistão, em agosto de 2021, 28 milhões de mulheres e meninas foram “emparedadas vivas” porque estão proibidas de sair de casa e desapareceram do espaço público.

A revista traça a lista dos abusos dos quais as mulheres são vítimas no país: proibição da educação para meninas com mais de 12 anos, expulsão delas das universidades, proibição de trabalhar – o que leva milhares de famílias à situação de pobreza –, exclusão de competições esportivas e proibição de sair de casa sem um tutor.

Em 4 de março, os talibãs anunciaram que as mulheres não teriam mais o direito de possuir telefones celulares. No Afeganistão, “cada dia, ou quase, uma nova proibição é sancionada”, diz Le Point.

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