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A Semana na Imprensa

Revistas francesas analisam o quanto o conflito no Oriente Médio foi um “presente dos céus” para Putin

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As revistas francesas desta semana analisam como o conflito no Oriente Médio beneficia o presidente russo Vladimir Putin, seus planos militares na Ucrânia e seu objetivo de se impor como líder antiocidental.

O presidente russo Vladimir Putin (d) se prepara para entregar um buquê de flores para a esposa do premiê israelense Benjamin Netanyahy, Sara, no Kremlin, em Moscou, na Rússia em 30 de janeiro de 2020.
O presidente russo Vladimir Putin (d) se prepara para entregar um buquê de flores para a esposa do premiê israelense Benjamin Netanyahy, Sara, no Kremlin, em Moscou, na Rússia em 30 de janeiro de 2020. AP - Maxim Shemetov
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O conflito no Oriente Médio foi um verdadeiro “presente dos céus” para Putin, que está “atolado na Ucrânia”, diz a revista L’Obs, em um texto que analisa como o presidente russo sai ganhando com a guerra entre Israel e Hamas. A explosão de violência no Oriente Médio fez a opinião pública e os países ocidentais se esquecerem da guerra na Ucrânia, aponta a semanal.

“Vladimir Putin sabe tirar proveito de conflitos e do caos, que ele acentua, caso não possa criá-los”, diz a especialista em estudos russos e soviéticos Cécile Vaissié, da Universidade de Rennes 2, entrevistada pela revista. Putin ganharia em duas outras frentes com o conflito entre Israel e o Hamas, assinala o texto: além da campanha militar na Ucrânia, ele também lucra em seus objetivos no Oriente Médio e na propaganda antiocidental.

L’Obs lembra que Putin mantém boas relações com Israel – com 150 mil judeus vivendo na Rússia, e um milhão de russos em Israel –, mas também com os palestinos, além de ser o principal aliado da Síria e ter se aproximado da Turquia e do Irã. Entretanto, o líder russo começa a renunciar à postura de equilíbrio entre Israel e os países árabes, para reunir o mundo muçulmano em torno do “discurso antiocidental”, afirma a revista.

A Le Point destaca que Vladimir Putin sempre “encontra as palavras que servem aos seus interesses estratégicos” citando as declarações do presidente russo sobre crianças palestinas ensanguentadas e mortas e o sofrimento de mulheres e de idosos. De acordo com o líder russo, as imagens faziam os “olhos ficarem cheios de lágrimas” – embora civis ucranianos sejam bombardeados diariamente por suas tropas, lembra a revista.

Esta semana, a publicação analisa como a guerra no Oriente Médio mobiliza as potências com interesses diferentes, mas unidas pela mesma paixão: o ódio pelo Ocidente. Le Point diz que, até pouco tempo atrás, Moscou e Tel Aviv tinham uma relação “cordial”.

“Israel teve o cuidado de não armar a Ucrânia e aderir às sanções ocidentais contra a Rússia”, salienta. Mas, para a revista, este tempo acabou. “Prolongar a guerra na Ucrânia exige um esforço considerável de Moscou. (...) O Irã, patrocinador do Hamas, fornece agora armas à Rússia em quantidades ilimitadas”, analisa Le Point.

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