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A Semana na Imprensa

Por que Lula se mantém neutro em relação a conflito russo-ucraniano?

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A revista francesa L’Express desta semana dá destaque à relação de longa data entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Vladimir Putin para explicar a posição do chefe de Estado brasileiro sobre a guerra na Ucrânia.

O presidente brasileiro e o presidente russo durante encontro em Moscou em 14 de maio de 2010.
O presidente brasileiro e o presidente russo durante encontro em Moscou em 14 de maio de 2010. AP - Alexei Druzhinin
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Colaboração de Jonas Duris para a RFI

O texto é ilustrado com uma foto de um encontro dos dois presidente em 2003, em Nova York. Lula e Putin se conhecem há 20 anos e têm muitos pontos em comum: interesses econômicos, visão de mundo e um certo anti-americanismo, escreve L'Express.

Com o título “Porque Lula poupa Vladimir Putin”, a reportagem da revista francesa dá ênfase ao contato entre os dois líderes.

O artigo lembra que no dia 30 de janeiro deste ano, poucos dias depois dos ataques antidemocráticos em Brasília, Lula recebeu o chanceler alemão, Olaf Scholz, para tratar de assuntos como as relações com a União Europeia, a Amazônia e a guerra na Ucrânia.

Na ocasião, Lula declarou que o Brasil não iria entregar armas a Kiev, e que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, “não pode querer tudo”. A declaração, que gerou críticas no mundo inteiro, não é surpreendente, de acordo com a L’Express, que afirma que o Brasil paga o preço da ambiguidade ao querer se manter neutro no conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

"Complacência em relação a Putin"

Citado pela publicação, o ex-embaixador brasileiro em Washington, dos anos 2000, Roberto Abdenur, critica o comportamento do presidente brasileiro. “É uma guerra brutal. Lula está errado ao não condenar os atos de Moscou de maneira mais dura. Vemos nele, como vimos em Bolsonaro, uma certa complacência em relação a Putin”, revela o diplomata.

Essa neutralidade, no entanto, não é nova para o Brasil. Carlos Gustavo Poggio, professor de relações internacionais, explica que este posicionamento - ou a falta dele - vem diretamente de um sentimento anti-americano da esquerda brasileira.

Mauro Vieira, chefe da diplomacia de Lula, quer se juntar a seus parceiros do Brics - Índia, China e África do Sul - para buscar um acordo de paz. Na opinião de Abdenur, esse plano não é bom, considerando que China e Índia são abertamente pro-Rússia, e que a África do Sul já organizou exercícios militares junto com Moscou.

O fato é que a ambiguidade de Lula causa uma certa vigilância da parte de países que estão abertamente contra as decisões de Vladimir Putin.

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