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A Semana na Imprensa

Revista francesa responsabiliza Bolsonaro pela crise humanitária dos Yanomamis

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A revista francesa L'Express que chegou às bancas nesta semana aborda a crise humanitária do povo Yanomami, depois que imagens de indígenas subnutridos viralizaram nas redes sociais e chocaram o mundo. "Lula na cabeceira dos yanomamis" é o título de uma matéria assinada pela correspondente do semanário no Brasil, Chantal Rayes.

Manifestantes pedem justiça ao povo Yanomami, em protesto realizado em Brasília, em 6 de maio de 2022.
Manifestantes pedem justiça ao povo Yanomami, em protesto realizado em Brasília, em 6 de maio de 2022. AP - Eraldo Peres
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O texto destaca que o presidente brasileiro visitou o território povoado por cerca de 30 mil indígenas, entre o Roraima e o Amazonas, decretando estado de emergência sanitária e acusando Jair Bolsonaro de genocídio. Segundo o líder petista, o ex-chefe de Estado encorajava o garimpo em terras yanomamis. 

L'Express explica que, historicamente, essa é a etnia indígena mais castigada pela extração ilegal de minérios no Brasil. "Desde a corrida do ouro, nos anos 1980, milhares de garimpeiros invadiram o território yanomami, arrasando aldeias e espalhando doenças", diz a matéria. 

A revista lembra o terrível massacre de Haximu, em 1993, quando 16 indígenas, entre eles um bebê, foram assassinados, e aponta que os mineradores ilegais se impõem pela violência. Uma situação sobre a qual Bolsonaro deveria estar a par, já que "foi garimpeiro em sua juventude", ressalta a publicação. 

Atualmente, 20 mil garimpeiros ocupam o território desta etnia. "Sua atividade compromete a produção alimentar dos nativos, baseada na caça, pesca e colheita", reitera L'Express. 

Morte de quase 600 crianças

Nos últimos quatro anos, a fome ou a contaminação por mercúrio - substância altamente tóxica utilizada pelos garimpeiros para separar o ouro dos detritos - matou 570 crianças yanomamis no norte do Brasil. Atualmente, cinco mil menores sofrem de subnutrição. 

"O desastre se explica pelo relaxamento de controles que deveriam ter sido realizados por órgãos do Estado", diz a matéria. Afinal, para Bolsonaro, a ecologia, a proteção da Amazônia e a defesa dos indígenas é "coisa de comunista", reitera o texto, lembrando uma das polêmicas declarações do ex-presidente.

Entrevistado pela reportagem, o ativista indígena Beto Marubo afirma que Bolsonaro deve ser responsabilizado e julgado pela crise humanitária. Mas, diante das acusações, o ex-presidente afirma ser alvo de uma "farsa da esquerda", conclui a L'Express.

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