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A Semana na Imprensa

Dependência mundial de cereais e combustíveis vindos da Rússia e da Ucrânia mostra limites

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O possível impacto da guerra na Ucrânia na segurança alimentar mundial é um dos temas tratados pelas revistas semanais francesas. Diante do contexto de crise atual, a dependência de produtos como o trigo, vindo tanto do território russo como ucraniano, mas também de combustíveis, preocupa.

A Rússia é o primeiro exportador mundial de trigo (imagem ilustrativa).
A Rússia é o primeiro exportador mundial de trigo (imagem ilustrativa). © AFP
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A revista Le Point começa lembrando que, juntas, Rússia e Ucrânia são responsáveis por um terço das exportações mundiais de trigo. E que no caso do território ucraniano, 50% do produto é cultivado no leste do país, onde Moscou concentra seus ataques atualmente.

Apoiada em uma série de gráficos, a revista também lembra que o mercado desse cereal mais do que triplicou, em 60 anos. “A guerra na Ucrânia inflamou o mercado mundial do trigo que já estava sob tensão e que continua sendo tão essencial para a sobrevivência da humanidade quanto era na Antiguidade”, resume Le Point.

“As sanções, por um lado, e os efeitos da guerra, por outro, estão prejudicando as exportações russas e ucranianas, que pesam muito na balança global do comércio de alimentos, especialmente cereais”, explica a revista L’Express. A publicação ressalta que países em volta do Mediterrâneo, por exemplo, que estão entre os maiores consumidores mundiais de trigo, são muito dependentes dos cerais cultivados na costa norte do Mar Negro.

“A Turquia, com 84 milhões de habitantes, e o Egito, com 102 milhões de pessoas, recebem três quartos de suas importações da Rússia e da Ucrânia”, calcula L’Express. Além disso, lembra a reportagem, os dois países em guerra pesam muito no comércio de milho e girassol.

Fertilizantes e combustíveis

As publicações também explicam que a Rússia, cada vez mais sujeita a sanções ocidentais, produz não apenas grãos como também 30% do nitrogênio (azoto) e do potássio consumidos pelo mercado mundial de fertilizantes. L’Express ressalta que países como o Mali compram 99,5% dessas substâncias da Rússia e de seu aliado Belarus. “E a produção desses fertilizantes também depende do preço do gás natural, que está em alta, e do qual a Rússia é um grande produtor”.

A questão dos combustíveis também interessou a revista L’Obs, que entrevistou um especialista para avaliar as consequências da guerra na exportação de gás natural, principalmente após Moscou ter ameaçado comercializar as commodities apenas com os países que pagarem em rublo.  

Em entrevista à L’Obs, Thomas Pellerin-Carlin, diretor do centro de energia do Instituto francês Jacques-Delors, explica que a Europa ainda é muito dependente do gás russo. Para ele, a única solução agora é diminuir o consumo e acelerar a transição para as energias renováveis. Segundo o especialista, se nada for feito rapidamente, os europeus vão ter que racionar gás no próximo inverno.

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