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Ramadã começa sem perspectiva de trégua entre Hamas e Israel na Faixa de Gaza

O governo israelense e o Hamas não chegaram a um acordo para a obtenção de uma trégua antes do início do Ramadã, que começou oficialmente nesta segunda-feira (11). Dezenas de bombardeios israelenses atingiram várias áreas do território palestino, segundo as autoridades do Hamas, incluindo as cidades de Gaza, no norte, Khan Yunis e Rafa, no sul.   

Palestinos compram comida para o Ramadã antes do início do jejum muçulmano na Faixa de Gaza
Palestinos compram comida para o Ramadã antes do início do jejum muçulmano na Faixa de Gaza AP - Fatima Shbair
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O Hamas "pede" que o ramadã "se transforme em mês de derramamento de sangue", acusou Benny Gantz, membro do gabinete de guerra israelense.

As exigências feitas pelo grupo e o governo israelense impedem uma trégua, apesar de o chefe do grupo, Ismail Haniyeh, ter garantido neste domingo que ainda havia abertura para continuar as negociações.

O Hamas pede o fim dos combates antes de libertar os reféns vivos capturados em 7 de outubro, quando atacou o território israelense, o que deu início à guerra na Faixa de Gaza.

O movimento também diz que não pode afirmar quem são os reféns que sobreviveram aos cinco meses de conflito no enclave este é um dos principais pontos que bloqueia as negociações com Israel.

A guerra já deixou até agora 31.112 mortos em Gaza, a maioria civis, segundo o Hamas.

Ajuda humanitária

O primeiro navio carregado com ajuda da ONG espanhola Open Arms, carregado de 200 toneladas de alimentos, já está pronto para deixar Chipre, após o anúncio da criação do corredor marítimo humanitário pela União Europeia e os EUA em direção ao território palestino.

Ele deve deixar o porto mediterrâneo de Larnaca, a cerca de 370 quilômetros da Faixa de Gaza.

No domingo, moradores foram à praia no sul da Cidade de Gaza esperar pela embarcação. "Soubemos que um barco carregado de ajuda chegaria e que as pessoas poderiam comer", disse à AFP Mohammed Abu Baid. "Só Deus sabe. Não vamos acreditar até vermos", acrescentou.

Israel permite apenas entrada de uma parte da ajuda humanitária no território. Vários países ocidentais e árabes lançaram pacotes com comida e material médico do ar. Jordânia, Estados Unidos, França, Bélgica e Egito participaram no domingo de novos lançamentos aéreos de ajuda.

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Ajuda humanitária chega de paraquedas no norte de Gaza, neste domingo (10/03/2024).
Ajuda humanitária chega de paraquedas no norte de Gaza, neste domingo (10/03/2024). AP - Ariel Schalit

Biden critica Netayahu

A ONU alertou para a fome “generalizada” que é " inevitável" para cerca dos 2,2 milhões dos 2,4 milhões de habitantes do enclave e insiste que as entregas de ajuda por ar ou mar não podem substituir as terrestres.

A ajuda passa por Rafah, na fronteira com o Egito. Na cidade, cerca de 1,5 milhão de pessoas, a grande maioria deslocadas que vivem em condições miseráveis, estão em busca de comida e água, segundo a ONU, e temem uma ofensiva terrestre anunciada por Israel.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, voltou a criticar o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Ele "prejudica mais do que ajuda Israel", disse Biden durante uma entrevista à rede MSNBC no sábado.

"Ele tem o direito de defender Israel e de continuar perseguindo o Hamas", afirmou, mas "deve prestar mais atenção às vidas inocentes que estão sendo perdidas".

O líder israelense, que enfrenta uma pressão cada vez maior dentro do seu país para alcançar um acordo de libertação dos reféns rejeitou neste domingo as declarações de Biden.

Foguete atinge tenda de palestinos 

A guerra começou em 7 de outubro, após o ataque do Hamas no sul de Israel. Aproximadamente 1.160 pessoas morreram, principalmente civis, segundo uma contagem da AFP com base em dados israelenses.

Cerca de 250 pessoas foram sequestradas e 130 permanecem presas em Gaza. Entre elas, 31 teriam morrido, segundo autoridades israelenses.

De acordo com as autoridades do movimento islâmico, pelo menos 85 palestinos morreram nas últimas 24 horas, em mais de 60 bombardeios noturnos no centro e sul do território, principalmente em Khan Yunis.

Pelo menos 13 pessoas morreram quando um obus atingiu as tendas de deslocados em Al Mawasi, entre Khan Yunis e Rafah, informou o Ministério da Saúde de Gaza.

Israel anunciou a morte de um soldado, elevando para 249 o número de militares mortos desde o início da ofensiva terrestre em 27 de outubro.

(Com informações da AFP)

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