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Rússia avança em território ucraniano e Putin saúda "heróis" do exército; Kiev pede mais munição

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, felicitou nesta sexta-feira (23) os "autênticos heróis do povo" que lutam na Ucrânia, em discurso por ocasião do Dia dos Defensores da Pátria, na véspera do aniversário de dois anos do início da ofensiva de Moscou no país vizinho. Ele também saudou o vigor da indústria militar russa. A Rússia reivindicou novas conquistas territoriais no leste da Ucrânia. Kiev pede aos ocidentais mais armas e munição para recuperar o fôlego.

Uma vista mostra um prédio de apartamentos danificado por um ataque de drone russo, em meio ao ataque da Rússia à Ucrânia, em Dnipro, Ucrânia, em 23 de fevereiro de 2024.
Uma vista mostra um prédio de apartamentos danificado por um ataque de drone russo, em meio ao ataque da Rússia à Ucrânia, em Dnipro, Ucrânia, em 23 de fevereiro de 2024. REUTERS - STRINGER
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Num vídeo divulgado hoje, Vladimir Putin prestou homenagem aos “participantes da operação especial” na Ucrânia, que, segundo ele, “lutam pela verdade e pela justiça” ao “defender a Rússia”.

“Vocês são os verdadeiros heróis do povo”, disse o líder russo.

"Nos últimos anos, as empresas do complexo militar-industrial multiplicou a produção e o fornecimento de armas às tropas", acrescentou o chefe de Estado russo em um vídeo divulgado pela presidência.

Na quinta-feira (22), o ministério russo da Defesa anunciou a conquista da localidade de Pobeda, cerca de cinco quilômetros a oeste de Donestk.

A conquista na frente oriental surge após a tomada de Avdiivka no último final de semana, uma cidade no leste ucraniano que há meses tinha sido alvo de uma feroz ofensiva russa, dando a Moscou o primeiro avanço territorial após meses de estagnação.

O confronto pela localidade, primeira conquista importante desde a de Bakhmut, também no leste, em maio de 2023, foi um dos mais sangrentos desde o início da ofensiva russa lançada em fevereiro de 2022.

"As unidades do Grupo de Forças do Sul libertaram a localidade de Pobeda", afirmou o ministério, acrescentando que o exército conseguiu melhorar posições na mesma região, nas proximidades de Novomijailivka e Krasnogorivka.

Kiev, entretanto, não confirmou até o momento a perda de Pobeda e se limitou a afirmar que está "combatendo na região".

Na terça-feira, Moscou reivindicou a tomada da cidade de Krynky (sul), ocupada pelas forças ucranianas na margem oriental do rio Dnipro em outubro do ano passado.

Já o exército de Kiev afirmou que "matou ou feriu gravemente" em torno de 60 soldados russos em um ataque contra um campo de treinamento na parte ocupada da região de Kherson, na segunda-feira.

A ofensiva foi confirmada no Telegram por especialistas militares russos próximos às forças militares.

De acordo com a Ucrânia, a Rússia está sofrendo grandes perdas, mas ainda possui mais soldados e armamentos, após direcionar toda a economia aos esforços bélicos.

Escassez de munição  

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou na última segunda-feira que o país está em uma posição "extremamente difícil", uma vez que o exército ucraniano enfrenta múltiplos ataques no leste e no sul.

A escassez de munições também é um problema, após uma diminuição na ajuda de seus aliados ocidentais, sobretudo dos Estados Unidos, bloqueada pelos congressistas republicanos.

Em entrevista à Fox News, emissora de TV de referência para os conservadores americanos, Zelensky pediu que o Congresso desbloqueie a ajuda, argumentando que o preço de ajudar Kiev agora é mais baixo do que o de tentar neutralizar um Putin eventualmente vitorioso na Ucrânia.

Na mesma linha, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, escreveu uma carta aos ministros das Relações Exteriores e da Defesa da União Europeia para pedir munição "com urgência, e em grandes quantidades". "Os atrasos na entrega de munição têm um custo em matéria de vidas humanas e de enfraquecimento da capacidade de defesa da Ucrânia", ressaltou.

Essas entregas também encontram um obstáculo inesperado na Polônia, onde agricultores bloqueiam a fronteira em protesto contra o que consideram uma concorrência desleal dos produtos agrícolas ucranianos.

O chanceler da Ucrânia, Dmitro Kuleba, viajou hoje a Varsóvia, onde o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, comprometeu-se a designar as passagens fronteiriças como "infraestrutura crítica" e "garantir 100% do envio de ajuda militar e humanitária".

14 milhões de deslocados   

Segundo a ONU, mais de 14 milhões de ucranianos, quase um terço da população do país antes da guerra, foi forçada a deixar suas casas desde o início dos confrontos em 24 de fevereiro de 2022.

Quando a ofensiva completou um ano, o Reino Unido, um dos principais aliados de Kiev, anunciou sanções contra mais de 50 personalidades e empresas russas, além de ter realizado o envio de novos mísseis à Ucrânia.

O novo pacote de sanções visa fabricantes de munições, mísseis e explosivos, empresas de eletrônica e comerciantes de diamantes e petróleo. O objetivo é "reduzir" o arsenal de armas do presidente russo, Vladimir Putin, informou a diplomacia britânica.

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