Coreia do Norte cancela lei de cooperação econômica com Seul
O parlamento norte-coreano decidiu abolir a sua legislação sobre cooperação econômica com o vizinho sul-coreano, anunciou quinta-feira (8) a imprensa estatal, num contexto de deterioração das relações entre as duas Coreias.
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Numa reunião plenária da Assembleia Popular Suprema na quarta-feira (7), os representantes votaram pela abolição da Lei de Cooperação Econômica Intercoreana “com aprovação unânime”, informou a KCNA, a agência de notícias estatal da Coreia do Norte.
A medida surge quando o regime norte-coreano declarou Seul como seu principal inimigo no mês passado, aboliu agências dedicadas à reunificação e ameaçou ocupar o Sul em caso de guerra.
O Parlamento norte-coreano também aprovou por unanimidade um plano para abolir uma lei especial sobre o funcionamento do projeto turístico Monte Kumgang, que já foi um símbolo importante da cooperação intercoreana. O resort foi construído pela empresa sul-coreana Hyundai Asan numa das montanhas mais pitorescas do Norte e atraiu milhares de visitantes do Sul.
Mas as viagens terminaram abruptamente em 2008, depois de um soldado norte-coreano ter matado a tiros um turista que se desviou de um caminho autorizado, e Seul suspendeu as viagens.
Nem turismo foge de restrições
A estação do Monte Kumgang já foi um dos dois maiores projetos intercoreanos, juntamente com o agora fechado Complexo Industrial de Kaesong, onde empresas do Sul empregavam trabalhadores norte-coreanos enquanto pagavam a Pyongyang pelos seus serviços.
Em 2016, Seul retirou-se do projeto - lançado na sequência de uma cúpula intercoreana em 2000 - em resposta a um teste nuclear e a lançamentos de mísseis pelo Norte, acreditando que os lucros de Kaesong ajudaram a financiar as provocações.
Em 2020, Pyongyang detonou um escritório de ligação financiado por Seul com o Sul no seu lado da fronteira, dizendo que não estava interessado em negociações.
Depois de anos de encerramento das suas fronteiras, devido à pandemia do coronavírus, o Norte poderia se beneficiar da retomada da atividade turística, um meio de gerar fundos, que no entanto poderia agora violar as sanções internacionais impostas a Pyongyang devido aos seus programas de armas nucleares e balísticas.
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