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Coreia do Norte cancela lei de cooperação econômica com Seul

O parlamento norte-coreano decidiu abolir a sua legislação sobre cooperação econômica com o vizinho sul-coreano, anunciou quinta-feira (8) a imprensa estatal, num contexto de deterioração das relações entre as duas Coreias.

The 30th plenary session of the 14th Standing Committee of North Korea's Supreme People's Assembly is held at Mansudae Hall in Pyongyang, North Korea, in this picture released by the Korean Central Ne
Plenária da Assembleia do governo norte-coreano, em Pyongyang, em foto distribuída pela estatal de notícias em 8/2/24. via REUTERS - KCNA
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Numa reunião plenária da Assembleia Popular Suprema na quarta-feira (7), os representantes votaram pela abolição da Lei de Cooperação Econômica Intercoreana “com aprovação unânime”, informou a KCNA, a agência de notícias estatal da Coreia do Norte.

A medida surge quando o regime norte-coreano declarou Seul como seu principal inimigo no mês passado, aboliu agências dedicadas à reunificação e ameaçou ocupar o Sul em caso de guerra.

Os laços entre as duas Coreias foram congelados desde que Pyongyang acelerou os seus programas de armas e Seul intensificou a sua cooperação militar com Washington e Tóquio.

O Parlamento norte-coreano também aprovou por unanimidade um plano para abolir uma lei especial sobre o funcionamento do projeto turístico Monte Kumgang, que já foi um símbolo importante da cooperação intercoreana. O resort foi construído pela empresa sul-coreana Hyundai Asan numa das montanhas mais pitorescas do Norte e atraiu milhares de visitantes do Sul.

Mas as viagens terminaram abruptamente em 2008, depois de um soldado norte-coreano ter matado a tiros um turista que se desviou de um caminho autorizado, e Seul suspendeu as viagens.

Nem turismo foge de restrições

A estação do Monte Kumgang já foi um dos dois maiores projetos intercoreanos, juntamente com o agora fechado Complexo Industrial de Kaesong, onde empresas do Sul empregavam trabalhadores norte-coreanos enquanto pagavam a Pyongyang pelos seus serviços.

Em 2016, Seul retirou-se do projeto - lançado na sequência de uma cúpula intercoreana em 2000 - em resposta a um teste nuclear e a lançamentos de mísseis pelo Norte, acreditando que os lucros de Kaesong ajudaram a financiar as provocações.

Em 2020, Pyongyang detonou um escritório de ligação financiado por Seul com o Sul no seu lado da fronteira, dizendo que não estava interessado em negociações.

Depois de anos de encerramento das suas fronteiras, devido à pandemia do coronavírus, o Norte poderia se beneficiar da retomada da atividade turística, um meio de gerar fundos, que no entanto poderia agora violar as sanções internacionais impostas a Pyongyang devido aos seus programas de armas nucleares e balísticas.

À medida que Pyongyang se aproxima de Moscou, também alvo de uma série de sanções internacionais devido à guerra na Ucrânia, o site NK News, com sede em Seul, informou que os turistas russos deverão viajar para o Norte a partir deste mês.

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