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Calor de janeiro de 2024 bate recorde e este ano pode ser um dos mais quentes da história

Nunca um mês de janeiro foi tão quente quanto em 2024. Isso depois de um ano de calor recorde em 2023. No ano passado, pela primeira vez, o planeta ultrapassou a marca de 1,5°C de aquecimento em 12 meses consecutivos em comparação com a era pré-industrial. Os dados são do Observatório Europeu Copernicus.

Temperaturas próximas a 30°C foram registradas em 25 de janeiro, na Espanha, país atingido por uma onda de calor.
Temperaturas próximas a 30°C foram registradas em 25 de janeiro, na Espanha, país atingido por uma onda de calor. REUTERS - EVA MANEZ
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Entre fevereiro de 2023 e janeiro de 2024, a temperatura global foi 1,52°C superior à do período 1850-1900, segundo o relatório europeu.

Mas “isso não significa que ultrapassamos a marca de 1,5°C estabelecida em Paris” em 2015 para tentar travar o aquecimento global e as suas consequências, lembra Richard Betts, diretor de estudos sobre impactos climáticos do British National Meteorological Survey.

Para que isso acontecesse, o limite teria de ser ultrapassado de forma estável ao longo de várias décadas.

“No entanto, é mais um lembrete das profundas mudanças que já fizemos no nosso clima global e às quais devemos agora nos adaptar”, acrescentou.

Janeiro quente

“Este é um alerta severo sobre a urgência de medidas para limitar as alterações climáticas”, disse Brian Hoskins, diretor do Instituto Grantham sobre Alterações Climáticas do Imperial College London.

 “É um sinal muito importante e desastroso (...), um alerta para dizer à humanidade que estamos nos aproximando do limite de 1,5 graus mais rápido do que o esperado”, disse à AFP Johan Rockström, do Instituto Potsdam para Pesquisa de Impacto Climático (PIK).

O clima atual já aqueceu cerca de 1,2°C em comparação com 1850-1900. E ao ritmo atual de emissões, o IPCC prevê que há uma probabilidade de 50% do limiar de 1,5°C ser alcançado nos anos 2030-2035.

Com uma temperatura média de 13°C e 14°C, janeiro de 2024 é o primeiro mês do ano mais quente já registrado desde o início das medições.

O calor continuou para além de 31 de janeiro, atingindo novos recordes absolutos e ultrapassando os valores mais elevados de 23 e 24 de agosto de 2023, destaca Copernicus. Paralelamente, o fenômeno climático El Niño está se abrandando no Pacífico equatorial, o que normalmente deverá contribuir para baixar um pouco a temperatura.

Redução de emissões urgente

O ano de 2024 “começa com um novo mês recorde”, lamenta Samantha Burgess, vice-chefe do departamento de alterações climáticas (C3S) do Copernicus. “Uma rápida redução das emissões de gases com efeito de estufa é a única forma de travar o aumento das temperaturas globais.”

Em meados de janeiro, a Organização Meteorológica Mundial e a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) já alertavam que 2024 poderia muito bem quebrar o recorde de calor estabelecido no ano passado.

De acordo com a NOAA, há 33% de chance de que 2024 seja mais quente do que 2023 e 99% de chance de que seja classificado entre os cinco anos mais quentes da história.

No entanto, diz Rockström, também existe a possibilidade de que, no final do atual “terceiro episódio de super El Niño”, reforçado pela atividade humana, as temperaturas “caiam novamente como foi o caso em 2016 e 1998”.

(com AFP)

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