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Ataques noturnos russos contra Kiev e Kharkiv matam quatro civis e ferem 60 pessoas

Quatro civis foram mortos e cerca de sessenta ficaram feridos durante ataques aéreos russos noturnos contra a capital ucraniana, Kiev, e a cidade de Kharkiv (leste), anunciaram as autoridades locais nesta terça-feira (23). Nas últimas semanas, Kiev e Moscou se acusaram mutuamente de aumentar os ataques em áreas civis, enquanto a situação na frente de batalha está quase paralisada.

Equipes de resgate trabalham no local de um edifício residencial fortemente danificado durante um ataque de míssil russo, em meio ao ataque da Rússia à Ucrânia, em Kharkiv, Ucrânia, em 23 de janeiro de 2024.
Equipes de resgate trabalham no local de um edifício residencial fortemente danificado durante um ataque de míssil russo, em meio ao ataque da Rússia à Ucrânia, em Kharkiv, Ucrânia, em 23 de janeiro de 2024. © REUTERS - STRINGER REUTERS/Vyacheslav Madiyevskyy
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O governador regional de Kharkiv, Oleg Synegoubov, disse que 42 pessoas ficaram feridas e pelo menos três morreram na capital regional de mesmo nome, localizada na fronteira com a Rússia.

Na terça-feira de manhã, os bombeiros tentavam apagar as chamas nos escombros de um prédio afetado, ao mesmo tempo que uma equipe de resgate buscava sobreviventes no local. Residentes feridos, alguns dos quais tinham os rostos ensanguentados ou tiveram de ser carregados, foram socorridos notou um fotógrafo da AFP.

Em Pavlograd, na região de Dnipropetrovsk (centro), “uma pessoa foi morta e outra ferida”, segundo o líder regional Serguiï Lyssak.

Em Kiev, 20 pessoas ficaram feridas, disse o prefeito da capital, Vitali Klitschko, acrescentando que “13 foram hospitalizadas, incluindo três crianças”.

“Uma mulher está na unidade de tratamento intensivo”, acrescentou no Telegram.

Um edifício e veículos pegaram fogo no distrito de Sviatochynski, em Kiev, segundo a mesma fonte. Nesse mesmo bairro, a munição não detonada de um míssil foi encontrada em um apartamento.

No distrito de Pechersk, um incêndio foi registrado em um prédio "não residencial".

Daryna Bodenchouk, uma estudante de 17 anos entrevistada pela AFP perto de um edifício danificado na capital, disse estar “chocada”. “É muito assustador”, disse ela, explicando que uma janela de seu dormitório havia sido atingida.

Iryna Zalizna, uma gerente de 25 anos, espera voltar para seu apartamento, em um prédio cujas janelas também foram destruídas.

“Mas graças a Deus está tudo bem (...) e todos estão vivos”, disse ela.

Mais três pessoas ficaram feridas por “fragmentos de mísseis” na região de Kiev, disse o chefe da administração militar, Ruslan Kravchenko.  

Controle do céu  

Segundo o comandante-em-chefe do exército ucraniano, Valery Zaluzhny, a Rússia atacou a Ucrânia com 41 mísseis do tipo S-300, S-400, KH-101, KH-555, KH-55, KH-22, KH- 59 e Iskander.

No total, as defesas antiaéreas abateram 21, segundo a mesma fonte. Ele garante que desses mísseis “nem todos atingiram o alvo”, sem dar mais detalhes.

A Ucrânia exige urgentemente mais meios de defesa antiaérea de seus aliados ocidentais e estabeleceu como objetivo recuperar o controle aéreo nesta guerra até 2024.

Também aumentou os seus próprios ataques com mísseis e drones em território russo neste inverno, visando em particular a cidade de Belgorod.

O exército ucraniano, tal como a Rússia, não comunica as suas perdas militares, sejam elas de soldados, equipamento ou infraestruturas.

Moscou, por seu lado, afirma sistematicamente, após dois anos de campanha militar que destruiu várias áreas residenciais, que visa apenas objetivos militares.

“Nosso exército não ataca estruturas sociais (...) e civis”, insistiu mais uma vez o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, na terça-feira.

Desde o início da ofensiva em fevereiro de 2022, cidades ucranianas como Mariupol e Bakhmut foram devastadas.

Milhares de soldados e civis foram mortos desde que a invasão russa da Ucrânia.

No entanto, não existe uma avaliação fiável. Além de nenhuma das partes apresentar dados detalhados, nenhuma organização independente, incluindo a ONU, é capaz de fornecer uma contagem exaustiva dos mortos e feridos.

(com AFP)

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