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Israel afirma que 'fase intensa' de combates na Faixa de Gaza chegará ao fim 'em breve'

Israel afirma que a fase "intensa" dos combates no sul de Gaza "chegará ao fim em breve". O governo do Hamas estima em 24.285 o número de mortos (cerca de 1% da população) desde o início da guerra no enclave palestino, que continua a se espalhar pela região. De acordo com o relatório do Ministério da Saúde do Hamas desta terça-feira (16), 61.154 pessoas também ficaram feridas desde 7 de outubro, e muitas outras permanecem enterradas sob escombros.

Soldado israelense em Gaza em 16 de janeiro de 2024.
Soldado israelense em Gaza em 16 de janeiro de 2024. via REUTERS - ISRAEL DEFENSE FORCES
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Durante a noite, aviões israelenses bombardearam o setor de Khan Yunes (sul de Gaza), epicentro de combates terrestres e ataques aéreos nas últimas semanas e onde, de acordo com Tel Aviv, a liderança local do Hamas está escondida.

Conforme a assessoria de imprensa do movimento islâmico palestino, os ataques israelenses em Gaza deixaram um total de 78 pessoas mortas e muitas outras feridas durante a tarde e a noite de segunda-feira (15).

No início da guerra, que completou seu centésimo dia no domingo (14), "dissemos claramente que o estágio intensivo das operações duraria aproximadamente três meses", disse o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant. "No norte de Gaza, essa fase está chegando ao fim. No sul, chegaremos lá e ela terminará em breve", acrescentou Gallant, afirmando que o braço armado em Khan Yunes do Hamas estava "se desintegrando".

Orçamento de guerra

"Nossos inimigos e nossos amigos estão acompanhando a guerra em Gaza e estão nos observando. O futuro do Estado de Israel, aqui em nossa terra, depende do resultado dessa guerra", acrescentou o ministro, cujo governo havia aprovado anteriormente um orçamento para 2024 com US$ 15 bilhões em gastos extras para cobrir os custos do conflito.

Na segunda-feira (15), o Hamas informou a morte de dois reféns israelenses e divulgou um vídeo que mostrava uma jovem – também refém e visivelmente sob pressão – anunciando as mortes. O vídeo não dá nenhuma indicação de quando os fatos ocorreram.

"Eles foram mortos em bombardeios sionistas em Gaza", disse o braço armado do Hamas em um comunicado. O exército israelense rejeitou essas "mentiras" e denunciou o "uso brutal de reféns inocentes". 

Fome  

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu novamente um "cessar-fogo humanitário imediato", que ele disse ser necessário não apenas para garantir a ajuda humanitária, mas também para "facilitar a libertação dos reféns".

"Continuamos a pedir um acesso humanitário rápido, seguro, desimpedido, ampliado e ininterrupto a Gaza e através dela", disse ele à imprensa, acrescentando que "nada pode justificar a punição coletiva infligida ao povo palestino".

A guerra foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas em 7 de outubro no sul de Israel, que resultou na morte de cerca de 1.140 pessoas do lado israelense, a maioria delas civis mortos no mesmo dia, de acordo com uma contagem da agência AFP baseada em números oficiais israelenses.

Na época, cerca de 250 pessoas foram feitas reféns e 132 ainda estão em Gaza, entre as quais pelo menos 25 teriam sido mortas, de acordo com estimativas recentes das autoridades israelenses. Cerca de cem foram libertadas durante uma trégua no final de novembro.

Nesse cenário de violência, uma mulher foi morta e pelo menos 13 pessoas ficaram feridas na segunda-feira em um ataque com um carro em Raanana, perto de Tel Aviv, de acordo com a polícia, que afirma ter prendido dois suspeitos palestinos. Dois jovens franceses estavam entre os feridos, segundo Paris.

Em uma declaração conjunta emitida na segunda-feira, o UNICEF, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertaram sobre o "risco de fome" e "epidemias de doenças mortais" em meio a um inverno frio.

"As crianças estão constantemente doentes. Elas continuam tossindo e pegando resfriados, e suas roupas não são grossas o suficiente para mantê-las aquecidas", disse Raidah Aouad, enquanto seu marido Nabil acendia uma fogueira com lenha e plástico do lado de fora de seu abrigo improvisado em Rafah, no extremo sul de Gaza.

Iraque, Líbano e Iêmen

A guerra também exacerba as tensões regionais entre Israel e seus aliados, por um lado, e o Irã e seu "eixo de resistência", formado por movimentos armados como o Hamas palestino, o Hezbollah libanês e os rebeldes huthis do Iêmen, por outro.

Na fronteira entre Israel e Líbano, há trocas de tiros diárias entre o Hezbollah e as forças israelenses. Durante a noite, o exército israelense anunciou novos ataques aéreos contra "posições" do Hezbollah na cidade fronteiriça de Maroun ar-Ras.

Ao largo da costa do Iêmen, um navio de carga americano foi atingido por um míssil huthi no Golfo de Aden na segunda-feira. Na madrugada de terça-feira, a agência de segurança marítima britânica UKMTO relatou outro "incidente" no Mar Vermelho. Uma pequena aeronave sobrevoou um navio, sem causar nenhum dano.

No final da semana passada, os Estados Unidos e o Reino Unido bombardearam posições huthis no Iêmen para tentar dissuadi-los de continuar seus ataques no Mar Vermelho, com o objetivo de desacelerar o tráfego nessa rota estratégica em "solidariedade" aos palestinos em Gaza.

Nesta manhã, a Guarda Revolucionária Iraniana anunciou ter lançado várias salvas de mísseis balísticos na Síria e, sobretudo, perto de Erbil, no Curdistão iraquiano. Teerã alega ter destruído um centro de "espionagem" atribuído a Israel. 

(Com AFP)

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