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Gaza: Israel anuncia ter matado três reféns identificados “por engano” como “ameaça”

O Exército israelense anunciou nesta sexta-feira (15) que soldados que operavam na Faixa de Gaza mataram três reféns israelenses “identificados erroneamente” como uma “ameaça”. Nesta sexta-feira foi aberta uma nova passagem para a entrada de ajuda humanitária em Gaza.

Uma foto tirada em Rafah mostra a fumaça acima de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, após um bombardeio israelense, em 15 de dezembro de 2023.
Uma foto tirada em Rafah mostra a fumaça acima de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, após um bombardeio israelense, em 15 de dezembro de 2023. © AFP - SAID KHATIB
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“Durante os combates em Shujaiya [norte], o Exército identificou erroneamente três reféns israelenses como uma ameaça. Os militares abriram fogo na direção deles e eles foram mortos”, disse o porta-voz do Exército, Daniel Hagari, na televisão.

As vítimas são Yotam Haïm e Samer al-Talalka, ambos sequestrados no Kibutz Nir Am durante o ataque mortal do Hamas no sul de Israel, em 7 de outubro, acrescentou um comunicado do Exército. O terceiro refém morto não teve a identidade revelada a pedido da família.

O Exército sublinha que eles morreram “numa zona de combate ativa”, na qual os soldados travam “uma batalha contínua há vários dias” contra o Hamas. Os corpos das vítimas foram repatriados para Israel.

O Exército ainda expressou seu “profundo pesar” às famílias das vítimas, acrescentando que “sua missão é localizar os desaparecidos e trazer os reféns para casa”.

Mais cedo, os militares informaram que haviam recolhido na Faixa de Gaza e levado de volta a Israel os restos mortais do franco-israelense Elya Toledano, de 28 anos, que havia sido feito refém pelo Hamas no ataque de 7 de outubro. 

Jornalista morto

Também nesta sexta-feira, um jornalista do canal Al Jazeera foi morto e outro ficou ferido num ataque israelense na Faixa de Gaza, informou o canal do Catar. “É com pesar que compartilhamos a notícia devastadora da perda do nosso dedicado cinegrafista da Al Jazeera, Samer Abou Daqa”, escreveu Mohamed Moawad, editor-chefe do canal de televisão, na rede “X”.

Mais cedo, a Al Jazeera havia informado que o chefe do seu escritório em Gaza, Wael Dahdouh, e Abou Daqa, ficaram feridos numa escola em Khan Younis (sul) “após o que se acredita ter sido um ataque de drone israelense”.

Segundo a Al Jazeera, Samer Abou Daqa ficou gravemente ferido, mas permaneceu durante horas no local do ataque, ao qual os serviços de emergência não chegaram porque a estrada estava bloqueada pelos escombros de uma casa.

Wael Dahdouh ficou ferido no braço e foi transferido para um hospital.

Questionado pela AFP, o Exército israelense não comentou imediatamente o caso.

Em Jerusalém Oriental, ocupada por Israel, um jornalista da agência de notícias turca Anadolu ficou ferido. Nas imagens recuperadas pela AFP é possível ver o fotógrafo Mustafa Alkharuf ser atingido no rosto e depois chutado. O CEO da Anadolu, Serdar Karagöz, disse na rede social "X" que sua agência iria "lutar para punir os agressores sob o direito internacional".

Um porta-voz da polícia israelense afirmou que os policiais vistos no vídeo foram suspensos.

Nova passagem para ajuda humanitária

Israel autorizou na sexta-feira a abertura “temporária” de um novo ponto de entrada para acelerar a chegada de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, ao mesmo tempo que continua a realizar ataques aéreos intensos, apesar da pressão americana para proteger os civis.

A decisão de permitir a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza através da passagem de Kerem Shalom visa descongestionar a passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, até então o único ponto de entrada para caminhões que transportam alimentos e medicamentos para o enclave palestino.

"Não temos comida, nem água, nem abrigo. Faltam todos os serviços em Gaza", se desespera um morador do campo de Jabaliya (norte) entrevistado pela AFP, que não quis se identificar.

A abertura da passagem de Kerem Shalom é uma “boa notícia”, reagiu a representação da OMS para os territórios palestinos ocupados, acreditando, no entanto, que é necessário permitir o acesso de caminhões de alimentos e medicamentos para toda a Faixa de Gaza. Muitos veículos permanecem bloqueados em Rafah devido aos combates.

(Com informações da AFP)

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