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Manifestações explodem no mundo árabe após ataque a hospital na Faixa de Gaza

Após o bombardeio ao hospital Ahli Arab, na Faixa de Gaza, milhares de pessoas foram às ruas em países árabes para denunciar os ataques massivos na Faixa de Gaza.

Estudantes e manifestantes iranianos protestam em apoio aos palestinos em frente à embaixada britânica em Teerã
Estudantes e manifestantes iranianos protestam em apoio aos palestinos em frente à embaixada britânica em Teerã AFP - ATTA KENARE
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Com os enviados especiais e correspondentes da RFI em Jenine, Beirute, Istambul et Bagdá

Nesta terça-feira (17), centenas de palestinos se reuniram nas cidades de Hebron, Ramallah, Nablus, Tulkarem, Belém, Tubas e Jenine, na Cisjordânia. A maioria das manifestações acabou em violentos confrontos com a polícia palestina, de acordo com os enviados especiais da RFI, Alice Froussard e Alexandre Abergel. 

Em Jenine, após os bombardeios, as mesquitas da cidade soaram um alerta convocando para um protesto. "O povo de Jenine não aceita a injustiça e a dor do povo de Gaza. Esta manifestação foi organizada contra os crimes que Israel comete. Aqui, em Jenine, a Autoridade Palestina, esses traidores, espiões, querem proibi-la. Graças à resistência, podemos manter a cabeça erguida", diz um homem que participou do protesto. Nas ruas, os manifestantes gritaram "vai embora!" em coro e pediram a demissão do líder Mahmoud Abbas.

A tensão cresceu quando um jipe da Autoridade Palestina entrou na cidade. A polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo e houve troca de tiros, alguns em direção à multidão. "Eles começaram a atirar e as pessoas fugiram. O objetivo era prestar apoio a Gaza, mas a autoridade palestina não é capaz de proteger seu povo diante de tanta opressão", diz outro morador da cidade que participou do protesto. Uma menina, atingida por um dos tiros, acabou morrendo no início da noite.

"Não há mais consciência ou humanidade"

Em Beirute, centenas de manifestantes se reuniram em frente à embaixada da França, que reforçou seu dispositivo de segurança, de acordo com a correspondente da RFI no país, Sophie Guignon. "Ir para as ruas é o mínimo que podemos fazer. O mundo inteiro deve se erguer, não há mais consciência ou humanidade", disse  Rola Jaber, uma das participantes do protesto. 

A estudante palestina Sumaya Abdelrahman questionou o imobilismo da comunidade internacional. "Onde estão os franceses, americanos e britânicos? Para onde eles estão olhando? Os israelenses bombardeiam hospitais, onde há doentes e feridos dentro, não é possível!"

Alguns manifestantes hastearam uma bandeira palestina na fachada da embaixada da França. Para eles, o apoio incondicional de Paris a Israel não é aceito. "A França é um dos países que apoia Israel, como se o país tivesse mais direitos e fosse vítima. Por isso descemos às ruas e viemos, primeiro aqui. Agora vamos em outras embaixadas", disse Mohamad, outro participante ouvido pela reportagem. Ao mesmo tempo, outro protesto ocorreu em frente à embaixada americana.

Críticas no Irã

No Irã, em frente às embaixadas da França e do Reino Unido em Teerã, centenas de manifestantes se reuniram após um protesto na praça da Palestina. "Morte à França e à Inglaterra", gritaram os manifestantes, lançando ovos nos muros das representações diplomáticas.

O presidente iraniano Ebrahim Raissi decretou luto nesta quarta-feira e alertou que o ataque contra o hospital se voltaria contra Israel e seu aliado americano. "As chamas das bombas americanas e israelenses, lançadas nesta noite sobre as vítimas palestinas feridas no hospital em Gaza logo vão devorar os sionistas", declarou Raissi, citado pela agência Irna. "O Irã está de luto", acrescentou.

Milhares de manifestantes se reuniram também na terça-feira (17) à noite em Túnis, e pediram que os embaixadores francês e americano voltem para seus países. "Franceses e americanos são aliados dos sionistas", gritaram os manifestantes.

Durante a noite, uma multidão se reuniu diante do consulado israelense em Istambul, aos gritos de "Allah Akbar!" (Deus é grande!, em árabe), segundo a agência oficial turca, Anadolu. Uma manifestação similar reuniu, simultaneamente, cerca de 500 pessoas em frente à embaixada de Israel em Ancara, segundo a agência Anca.

"Damos nossa alma e sangue por Gaza"

Aos gritos de "não a Israel e aos Estados Unidos, o grande Satã", centenas de manifestantes demonstraram seu ódio na praça Tahir, no Iraque. Ao lado das bandeiras palestinas, foram vistas outras de diferentes facções xiitas próximas do Irã, como a Hashd el-Chaabi.

A ponte que liga a praça Tahir, onde está a embaixada americana, foi cercada de barricadas e um importante dispositivo de segurança, para impedir a aproximação dos manifestantes. O primeiro-ministro iraquiano pediu à população que observasse um minuto de silêncio em homenagem às vítimas palestinas.

A Líbia também foi palco de protestos em várias cidades, incluindo a capital, Trípoli, e Misrata, distante cerca de 200 km. Centenas de manifestantes de todas as idades, com bandeiras palestinas, e cobrindo o rosto com keffiyehs (lenços palestinos), atravessaram o centro da cidade em direção à praça dos mártires, denunciando o ataque ao hospital na Faixa de Gaza "pelo inimigo sionista." 

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