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Diretor de cinema iraniano é condenado a seis meses de prisão por exibição de filme em Cannes

Um tribunal de Teerã condenou o diretor iraniano Saeed Roustaee, de 34 anos, a seis meses de prisão por ter apresentado seu filme Leila's Brother's (Leïla et ses frères, em francês) no Festival de Cannes, na França, em 2022, anunciou o jornal reformista Etemad nesta terça-feira (15). O filme Leila's Brothers concorreu à Palma de Ouro em Cannes no ano passado, perdeu a honraria principal, mas foi premiado pela Federação Internacional de Críticos de Cinema.

O diretor iraniano Saeed Roustaee durante a 37ª edição do Fajr Film Festival no Mellat Cinema Complex, na capital Teerã.
O diretor iraniano Saeed Roustaee durante a 37ª edição do Fajr Film Festival no Mellat Cinema Complex, na capital Teerã. AFP - ATTA KENARE
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O longa-metragem conta a história de uma família pobre no Irã, no contexto de uma crise econômica grave. O filme foi proibido no país desde o seu lançamento, no ano passado, por ter "violado as regras ao participar, sem permissão, de [os festivais de] Cannes e Munique", segundo autoridades. 

"O tribunal revolucionário de Teerã condenou Saeed Roustaee e Javad Norouzbeigui, diretor e produtor do filme, a seis meses de prisão", informou o jornal em seu site. Os dois foram acusados de "contribuir para a propaganda da oposição contra o sistema islâmico" no Irã.

O tribunal, no entanto, determinou que os realizadores devem cumprir apenas uma parte da pena, fixada em nove dias de reclusão. Enquanto o restante da sentença "ficará em suspenso por cinco anos", período em que eles não poderão exercer "atividades ligadas ao crime cometido, nem se comunicar com pessoas que atuam no setor do cinema", descreveu o jornal. Os acusados têm 20 dias para recorrer da decisão

Caso de Amini relembrado

A sentença dos diretores é considerada uma nova virada contra os artistas que se posicionaram a favor do movimento de protesto após a morte de Mahsa Amini, há onze meses, durante sua detenção pela polícia moral.

A jovem Mahsa Amini, natural do Curdistão, foi morta após ter sido detida pela polícia da moralidade, uma unidade responsável pelo cumprimento do rígido código de vestimenta.

(Com informações do correspondente da RFI em Teerã,Siavosh Ghazi)

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