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Putin diz que tem bombas de fragmentação e ameaça usá-las em retaliação contra ucranianos

Em entrevista à TV russa, o presidente russo, Vladimir Putin, disse neste domingo (16) que a Rússia tinha "estoque suficiente" de munições cluster (bombas de fragmentação) e se reservou o direito de usá-las caso esse tipo de armas for usado contra as forças russas na Ucrânia.

Soldado da artilharia ucraniana acende um cigarro durante pausa na frente de ataque perto da cidade de Bakhmut, na região de Donetsk (15/07/23).
Soldado da artilharia ucraniana acende um cigarro durante pausa na frente de ataque perto da cidade de Bakhmut, na região de Donetsk (15/07/23). AFP - ANATOLII STEPANOV
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"Na Rússia há uma boa reserva de bombas de fragmentação, de diferentes tipos", disse Putin na entrevista.

"Até agora não as utilizamos, apesar de, em algum momento, ter faltado munição", acrescentou. "Mas se forem utilizadas contra nós, nos reservamos o direito de adotar represálias".

O líder russo qualificou o uso dessas armas como “um crime”. No entanto, a ONG Human Rights Watch acusa os dois países de usar tais bombas de fragmentação, muito criticadas porque podem fazer muitas vítimas colaterais, principalmente civis. Ucrânia, Rússia e Estados Unidos não são signatários da convenção internacional que proíbe a produção, detenção, uso e transferência dessas armas.

A Ucrânia anunciou na quinta-feira (13) que recebeu bombas de fragmentação por parte dos Estados Unidos. O governo americano justificou a entrega desse tipo munição, proibido por mais de 100 países, diante da necessidade das forças ucranianos na operação de contraofensiva.

Contraofensiva

O presidente russo também afirmou que a contraofensiva do exército ucraniano, iniciada em junho, não obteve êxito diante da resistência da defensiva russa no leste e sul da Ucrânia.

"Todas as tentativas do inimigo de romper nossas defesas (...) não tiveram sucesso desde que a ofensiva começou. O inimigo não teve sucesso", declarou Putin em uma entrevista ao canal Rossia-1 exibida neste domingo.

O presidente russo também considerou que situação é "positiva" para as forças russas mobilizadas no território ucraniano.

"Nossas tropas estão atuando de forma heroica. E de maneira inesperada para o adversário, elas estão até mesmo partindo para a ofensiva em certos setores e capturando posições mais vantajosas", declarou o chefe de Estado russo.

A Ucrânia iniciou sua aguardada contraofensiva no mês passado, depois de acumular armas fornecidas pelo Ocidente e reforçar sua capacidade de ataque.

Na sexta-feira (14), no entanto, o chefe do gabinete da presidência ucraniana, Andrii Yermak, admitiu que a operação "atualmente não avança tão rápido".

A contraofensiva de Kiev avança de maneira lenta diante de tropas russas, que tiveram tempo de estabelecer defesas sólidas, incluindo campos repletos de minas, e que ainda possuem um poder de fogo significativo para atacar as forças ucranianas.

Neste domingo, o Estado-Maior russo ucraniano anunciou operações de ataque em curso na direção de Melitopol e Berdiansk, duas cidades ocupadas pela Rússia no sul da Ucrânia.

Ao mesmo tempo, o ministério da Defesa do país afirmou que neutralizou 10 drones ucranianos lançados a partir da península anexada da Crimeia, perto de Sebastopol, quartel-general da frota russa no Mar Negro.

Em um comunicado, o ministério informou que derrubou dois drones com sua defesa antiaérea e desativou outros cinco graças aos sistemas de interferência.

A nota também cita a destruição de dois drones navais do exército ucraniano, embarcações que operam sem tripulação.

O governador russo de Sebastopol, Mikhail Razvozhayev, informou no Telegram que o 10º drone foi neutralizado sobre o Mar Negro com sistemas de interferência eletrônica.

Com agências

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