Acessar o conteúdo principal

EUA voltam a pedir que Rússia liberte jornalista do WSJ; Moscou critica “alvoroço” da mídia

Três dias após a detenção de Evan Gershkovich, jornalista do Wall Street Journal, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, voltou a pedir neste domingo (2) que a Rússia liberte imediatamente o repórter. Em resposta, Moscou reiterou que Gershkovich é suspeito de espionagem e deverá ser julgado no país europeu. Sergei Lavrov, chefe da diplomacia russa, criticou ainda o "alvoroço" feito pela cobertura midiática do caso. 

O jornalista Evan Gershkovich, em foto de 2021.
O jornalista Evan Gershkovich, em foto de 2021. © DIMITAR DILKOFF / AFP
Publicidade

A prisão de Gershkovich tem como pano de fundo o aumento da repressão à imprensa na Rússia desde a invasão da Ucrânia, o que tem tensionado as relações entre Moscou e Washington. 

"Gershkovich foi pego em flagrante tentativa de obter informações secretas", disse o ministro russo durante uma ligação neste domingo para o secretário de Estado americano. Lavrou pediu a Blinken "respeito às decisões das autoridades russas".

Ignorando as críticas, Lavrov repetiu que o caso deve ser julgado pela Justiça. "Seu destino será determinado por um tribunal", disse o chanceler russo, sem dar mais detalhes.

Blinken pediu a libertação imediata do americano e afirmou que sua detenção é "inaceitável". Na sexta-feira (31), Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, já havia feito um apelo ao governo russo. A prisão de um jornalista americano é algo inédito na história recente da Rússia.

Na declaração deste domingo, o ministro de Relações Exteriores russo acusou Washington e a mídia de darem contornos políticos à prisão. "É inaceitável que funcionários em Washington e na mídia ocidental estejam criando esse alvoroço com a clara intenção de dar a este caso uma dimensão política", disse Lavrov.  

FSB acusa repórter de espionagem

O repórter, de 31 anos, negou as acusações contra ele em uma audiência no tribunal de Moscou na quinta-feira, segundo a agência de notícias russa Tass. O caso foi classificado como "secreto", segundo a agência russa, restringindo o acesso a informações sobre ele.

O que se sabe é os serviços de segurança russos da FSB dizem ter interrompido "uma atividade ilegal" ao prender Evan Gershkovich em Yekaterinburg (Urais), em data não especificada. 

A FSB acusa o jornalista de "espionagem em benefício dos Estados Unidos" e de ter coletado informações "sobre uma empresa do complexo militar-industrial russo".

Nos últimos dias, políticos, ONGs de direitos humanos e veículos de imprensa condenam a prisão do jornalista americano como um símbolo do "desrespeito sistemático" do Kremlin pela "liberdade de imprensa".

O jornalista americano deve ficar detido em uma prisão de Moscou até 29 de maio, medida que pode ser prorrogada até um julgamento. Se condenado segundo o artigo 276 do código penal russo, o jornalista poderia enfrentar até 20 anos de prisão.

(Com AFP)

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.