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Talibã realiza primeira execução pública no Afeganistão desde a volta ao poder

O Talibã realizou nesta quarta-feira (7) sua primeira execução pública desde que voltou ao poder, em agosto de 2021: a de um homem condenado por assassinato.

Combatentes talibãs em Cabul, Afeganistão, em 30 de setembro de 2022.
Combatentes talibãs em Cabul, Afeganistão, em 30 de setembro de 2022. AP - Ebrahim Noroozi
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O líder supremo do Talibã, Hibatullah Akhundzada, ordenou no mês passado que os juízes implementassem totalmente alguns aspectos da lei islâmica, como execuções públicas, apedrejamento, açoitamento ou, no caso de ladrões, amputação de membros.

O movimento islamita sunita já havia realizado várias chicotadas públicas, mas a execução desta quarta-feira é a primeira anunciada pelos talibãs desde que retomaram o poder.

A execução ocorreu em Farah, capital da província homônima localizada no oeste do território. De acordo com um comunicado divulgado pelo Talibã, o nome do homem executado era Tajmir e ele morava na província de Herat.

"O tribunal superior foi instruído a aplicar esta ordem de qisas durante uma reunião pública de residentes", disse o porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, no documento. O qisas é um princípio islâmico semelhante à lei da retaliação, que consiste em fazer com que o ofensor sofra um dano igual ao que causou.

Não está claro como a execução foi realizada. O Talibã especificou no comunicado que o homem havia admitido a culpa.

Restrições severas

Em seu primeiro "mandato" no Afeganistão (1996-2001), o Talibã infligia regularmente punições corporais públicas, incluindo açoitamentos e execuções no estádio nacional de Cabul.

Quando voltaram ao poder, os islâmicos haviam prometido que tais medidas não seriam mais aplicadas, embora implementassem restrições cada vez mais severas, especialmente para as mulheres.

Elas foram gradualmente expulsas da vida pública. As mulheres não podem viajar sem estar acompanhadas de um parente do sexo masculino e devem usar um véu completo em público, de preferência uma burca. O Talibã também fechou escolas secundárias para meninas na maioria das províncias.

Mujahid garantiu que o caso desta quarta-feira foi examinado por uma série de tribunais antes de chegar à Suprema Corte. "O caso foi examinado com muita precisão", disse ele no comunicado. "No final, eles ordenaram a aplicação da lei sharia de retribuição ao assassino."

 Akhundzada governa por decreto de Kandahar, a cidade onde o movimento nasceu. A declaração especificava que uma dúzia de oficiais do tribunal e representantes do Talibã compareceram à execução.

(Com informações da AFP)

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